segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Meu pulsar (quase) enferrujado

Sinto meu coração enferrujado. Ás vezes parece ter conserto. Mas às vezes não. Ou melhor, a maior parte das vezes. Penso, porém, que talvez seja apenas uma questão de... tempo. Mas e se esse tempo pra mim for curto demais? A espera não seria suficiente. Talvez eu seja exigente demais. Ou orgulhosa. Depende pra quem. Depende por quem. Um coração que bate é um coração que funciona. Mesmo que em meio a inúmeros machucados, alguns ainda a sangrar. Eu gosto de me sentir assim. Sentir que amanhã ou depois haverá alguém que me roube o sorriso e me dê em troca uma gargalhada. Entretanto, isso às vezes cansa. O meu querer é imediato. Tenho medo, pois, de estar dando tempo demais ao tempo e me transformando em um ser difícil de querer por perto. Não consigo já não deixar transparecer. Eu escolho as melhores palavras pra tudo, mas o brilho fraco em meus olhos parece me entregar: há algo faltando em mim. Meu coração precisa mudar o ritmo. Não quero que se acostume assim. Está lento demais. Calmo demais. Gosto de sentir suas batidas pulsarem dentro do peito, como se fossem inflar e explodir. Gosto, ainda mais, das batidas que parecem fazer ele subir à garganta e querer sair boca a fora. Gosto de entregar a alguém, sem medo de me devolverem. Se não conseguir fazê-lo funcionar como deveria, aí então ele estará enferrujado demais para ser consertado.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Bom - Ruim, mas sempre aqui.

“Gaste todo o seu tempo esperando por aquela segunda chance, por uma mudança que resolveria tudo. Sempre há um motivo para não se sentir bom o bastante e é difícil no fim do dia. Eu preciso de alguma distração. Oh, perfeita liberação. A lembrança vaza de minhas veias... Deixe-me vazia e sem peso. E talvez eu encontre alguma paz esta noite”. (Angel, S.M.)

Às vezes a vida sorri pra gente quando menos esperamos. E, se você observar bem, nos mínimos detalhes está os culpados por seu sorriso. Pode ser por uma palavra amiga na hora certa, um abraço inesperado, um perfume gostoso, que você não sabe quem está usando, entrando por suas narinas e, inexplicavelmente, te faz sentir prazer. O vento, que você não enxerga, mas quando bate em seu rosto você sabe que ele está lá, frio, gostoso. A música soando aos seus ouvidos, tão delicada quanto veludo.

Aí vem a dor. A hora triste da vida. Porque a vida não é triste por completa, mas possui algumas horas. Você caminha por uma rua escura e fria. Não parece terminar. Você não tem com o que se aquecer, apenas o correr do sangue em suas veias que parece lento. Lento, assim como seus passos. Não há beleza nas flores, nem mais você sente se o vento está frio ou úmido. Você grita um som silencioso pedindo para se apossar de uma alma qualquer além da sua, para que a sua não se sinta tão sozinha. Tão vazia. É aquela parte. Aquele capítulo macabro que temos que passar. E você se faz as mesmas perguntas (sempre). “Por quê?”; “Quando vai acabar?”; “Será que irei sobreviver?”. E depois ele se vai, depois do tempo. Sua segunda chance de recomeçar.

(...) “o fluxo tão forte faz o pulsar ainda mais. Seu corpo aquece gradativamete. Suas mãos suadas, trêmulas. Instintivamente o ar entra em seus pulmões, em sua ofegante respiração. Parecia tensa. Incomodada. Não queira falar, tampouco estar ali. Inventava qualquer desculpa para sair dali, dizendo frases sem sentidos, desengasgando coisas quaisquer para, apenas, escapar daquele sofrimento. Daquela dor. Ou melhor: escapar do motivo que a fazia sofrer”.

____

Carol, não saberia como retribuir a altura por tuas palavras no último texto. Saiba que mexeram comigo, me fizeram refletir não só sobre o amor, mas sobre quem sou eu, de fato. Ainda não organizei minhas idéias, meus sentimentos, instintos e emoções. Mas saiba que tenho em quem me espelhar: você. E chegarei lá. Portanto, te dedico este post e saiba que eu estarei aonde você for, segurando sua mão , ao lado da sua alma em pensamento, e se for preciso, caminho descalço nas brasas de fogo te carregando em meu colo para que não sinta dor. Eu amo você. ♥

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Um pouco

"E para você eu mantenho minhas pernas separadas
E esqueço isso pelo meu coração contaminado
E eu nunca vou ser a primeira
a dizer que ainda está acabado.
Eu deveria fazer isso:
Apertar o botão
Puxar o gatilho
Sobre uma montanha, pular de um precipício
Porque você sabe, baby, eu te amo amo você
Um pouco".

Cenas e mais cenas. Eu não sei o quê, exatamente, acontece com a gente depois de ver algo que não gostamos. Parece que nosso cérebro (ou coração?) sente necessidade de repetir tal cena inúmeras vezes, nas frações de segundos em que você está só e perde o rumo dos seus pensamentos. E são cenas reais misturadas com o seu imaginário. Aí você já não sabe decifrar até que ponto tudo aquilo foi real.

Algumas músicas acalmam minha alma. Estou sem inspiração hoje. Não consigo, de uns tempos pra cá, organizar o que eu preciso expor. Tampouco o que eu sinto. Ou seria o inverso, pois um é conseqüência do outro? Eu odeio essa minha covardia de me fechar.

Esses filmes/livros românticos abalam minha estrutura sentimental, essa é a verdade. Ainda mais quando se trata de amores platônicos, meu eterno carma. Ah, não ria. Certas pessoas buscam psicólogos, psiquiátricas, terapia de casal, um amigo conselheiro. Eu só tento encontrar respostas nos livros (que depois viram filmes).


Tenho um humor espontâneo. Gosto de coisas simples, às vezes até demais. Gostaria de alguém parecido comigo ao meu lado. Mas acho que preferiria alguém exatamente o oposto de mim. Pessoas "opostas" se aproximam por natureza, se acrescentam por natureza, e, deveriam aprender a conviver juntas, por natureza.

Eu falo de um pouco de tudo e nada.

"Foi então que me virei. Seu olhos não olhavam para mim. Sua face não tocava a minha. Suas mãos tocavam o rosto dele e em segundos parecendo a eternidade eu a vi se aproximar. Meus olhos se fecharam instintivamente. Abaixei a cabeça e me virei, com um sorriso tímido nos lábios, querendo disfarçar o buraco no peito que acabara de abrir. Já não ouvia que música tocava, as vozes pareciam todas iguais, juntas aos meus ouvidos. Afastei-me. Já não conseguia disfarçar a tristeza em meu olhar, já não conseguia disfarçar a frieza. E esta, você percebeu bem. Eu me conformo com o fato de eu não ser pra você. Eu mereço muito mais que seu sorriso misterioso, cativante. Aprenda a me olhar nos olhos quando eu for falar. Eu falo através deles. E aprenda se afastar quando eu estiver longe demais. Tenha certeza que não será fácil lutar contra meus desejos, receios. E você sabe o que significa ser 'tarde demais'".

Sorte de hoje: A mudança é a lei da vida.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Uma coisa (sempre) puxa outra

E eu ainda tenho aquelas frases soltas nas páginas amareladas pelo tempo. Já nem descrevo isso como saudade, muito menos um amor que um dia senti por ti, por um alguém qualquer, talvez.. Mas não entendo porque ainda penso... Essas recordações estão presas na minha memória como algo que ameaçou, mas não chegou a ser. Eu olhava para você fixamente. Meus olhos contornavam sua face como se desenhassem você exatamente do jeito que eu gostaria que fosse. Eu traçava cada linha com meus olhos. Ouvia sua respiração tão lenta que sentia seu coração batendo no mesmo compasso do meu. Amores vêm e vão. E os que vão, sempre ficarão vivos em você. Ao som da melodia que um dia dissemos ser a nossa, cujo ao som juramos estarmos juntos ligados pelo sentimento (...). Eu escolhi esse final. E planejo tantos outros finais quanto são as pessoas para eles. E isso continua sempre assim: pessoas vêm e vão, assim como os amores. Tiram-te o chão, tornam-te insana por algumas horas, roubam-te histórias e te acrescentam outras mais. Depois somem. Desaparecem e te deixam apenas as recordações. E nada mais. E isso acontece toda hora, todo dia, com todas as pessoas. Aí quando for tua última hora de vida, junte todas suas recordações e lembre-as com cada detalhe. Sinta seu coração pulsar tão forte ao reviver cada sentimento preso nestas recordações. Aprenderás, então, porque fazemos parte de uma vida mutável. Com altos e baixos, sentimentos inúmeros, vontades insaciáveis, desejos ocultos, gritos de desabafo, pensamentos soltos, pessoas, pessoas e pessoas. Saiba viver o seu agora, absorvendo as coisas que te fazem bem. Esqueças o amanhã. O amanhã não existirá para ti. Viva recordando os momentos bons do passado e traga cada um deles em teu sorriso. A vida é muito curta para não ser vivida ao extremo. Descubra teus limites. Descubra até onde você poderá chegar.
"Quem sabe o que é sofrer, já sabe o que é o amor; quem sabe o que é sonhar, já sabe o que é feliz".

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Sobre dores

Parece um tanto cômico falar que, com apenas três letras, ela seja capaz de tanto estrago. E não há nenhum ser capaz de não senti-la. Está presente a todo momento. Às vezes, tão intensa, que ela própria adormece, e não sentimos mais nada, agindo como um antídoto de si mesma. Eu não falo somente sobre a perda ou do machucado físico. Falo, também, da psicológica, do arrependimento, da culpa, das palavras que não foram ditas que se transformam em silêncio. A da verdade às vezes é a mais dura, mas a mais profunda e sofrida ainda é a da mentira. O pior de todos os sentimentos é quando a possuímos há um tempo longo, não por gostar e querer cultivá-la, é por não saber como saciá-la, como não senti-la, como abster-se dela. E mais irônico ainda, é falar sobre as pessoas que adoram senti-la: masoquistas. Eu não entendo. De todos os sentimentos mais angustiantes, esse ainda é o mais maldoso e traiçoeiro por trazer junto dele sentimentos terceiros, que nos aflita ainda mais. Absorve todas as nossas forças. Suga-nos da cabeça aos pés. Faz-nos parecer com 70 anos, possuindo apenas 20. Torna-nos piores do que já estamos. Não falo dos defeitos existentes, das reclamações da vida que possuímos, do que os outros enxergam na gente que jamais percebemos. Eu falo de dor. Dor sentida e vivida. Dor ardida e intensa, quando se perde quem mais amamos, quando sofremos por não ter dito o que precisávamos. Dor por saber que é tarde demais, dor em saber que não há como voltar para consertar, dor em saber que não há nada possível a ser feito, dor em saber que não está em nossas mãos a cura em não sentir dor. Dor em magoar a outra pessoa, com ou sem intenção. É contagiante quando convivemos com alguém que sente dor, passamos a sentir dor também. Por mais forte que você seja. E aqueles que sofrem por antecipação, sabendo que amanhã ou depois algo ruim vai vir a acontecer, e saber que não se pode ser evitado, pois certas coisas na vida são inevitáveis. Aprendemos a conviver com a dor, e quando não aprendemos, perdemos a coragem pela vida, e nos entregamos ao abismo. Solidão, dor, sofrimento, não são deveres de ninguém, mas são necessários e essenciais em alguns passos que damos na caminhada da vida, em busca da paz, felicidade e equilíbrio entre mente e espírito.

sábado, 21 de novembro de 2009

Contradição

E como tudo na vida só faz sentido com o tempo, todo o esforço se fez desnecessário. Não havia uma prova concreta, um motivo real ou qualquer coisa que tomasse aquelas vidas pelas mãos. O buraco aumentava a cada dia, enquanto um buscava, o outro se escondia. Enquanto os dois fugiam, procurando, se perdiam. E isso aconteceu por muito tempo, em muitas vidas. As histórias se diferem e se repetem. Enquanto acordados, parecia pesadelo, e se dormiam, o sonho era real. Como enteder os caminhos tortos que a vida propoem a nós? Cabe a cada um aceitar essa sorte - ou azar. Tem gente que vê beleza em tudo, mas algumas pessoas não conseguem enxergar nada além da tristeza. Ainda que na opinião de outros a tristeza esteja cheia de beleza, o mundo é composto de vários olhares. Gosto, particularmente, de um olhar. Um olhar fixo, vago. Gosto dos olhos grandes, claros. Mas nossa vontade nem sempre é respeitada. O mundo todo deseja a paz, mas até chegar lá, tem muita guerra pela frente. Hoje, espero em paz. E que venha o que tiver que vir, que seja como deve ser. um dia, depois de um tempo insistindo no mesmo erro, a gente percebe mesmo como é desncessário lutar contra certas coisas. E perceber isso não é desistir, é deixar de sofrer.
(Desconhecido)

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Outra vez.

Disseram-me que as nossas vidas não valem grande coisa, elas passam em instantes como murcham as rosas. Disseram-me que o tempo que desliza é um bastardo, que das nossas tristezas ele faz suas cobertas. Disseram-me que o destino debocha de nós
que não nos dá nada e nos promete tudo, faz parecer que a felicidade está ao alcance das mãos, então a gente estende a mão e se descobre louco
No entanto alguém me disse...
Mas quem me disse que você sempre me amou? Eu não recordo mais, já era tarde da noite, eu ainda ouço a voz, mas eu não vejo mais seus traços: 'ele ama você, isso é segredo, não diga a ele que eu disse a você'.
(...)

sábado, 10 de outubro de 2009

Querido Deus ...

eu não tenho costume de te pedir as coisas, tão pouco de agradecer pelas coisas que tenho hoje. Eu sei que deveria perder o péssimo hábito de recorrer apenas nos momentos de pranto, mas como da última vez que recorri a Ti, hoje estou sufocada. Eu acredito na vida, principalmente nas coisas belas que ela me oferece. E eu "gasto" elas o máximo que eu posso. Até o dia que o Senhor tira elas de mim. Não Lhe culpo, não Lhe julgo, mesmo sem saber o porquê, mas eu não consigo aceitar. Eu nunca tinha perdido alguém nos meus 16 anos de vida, nunca havia sentido uma dor tão forte. Precisava doer tanto assim? Só o Senhor sabe o que eu senti no peito. E mais doloroso que perder alguém, é amar alguém que ficou e saber que amanhã ou depois será a sua vez. Prometa pra mim que não será agora? Eu não estou pronta pra uma dor ainda maior. Prometa pra mim que quando for de ser a hora, que não haverá dor, não haverá sofrimento, não haverá trajédias? Prometa pra mim que vai estar ao meu lado, porque não conseguirei sozinha? Prometa que enquanto eu não tiver pronta, não vai tirar o meu porto seguro de mim, não vai tirar minha base e me deixar solta no mundo sem rumo a seguir? Meus sonhos não são ambiciosos, eu não costumo sentir raiva, não costumo guardar mágoas e eu perdoo sempre. Eu aprendi a ser assim. Só te peço que proteja quem eu amo da forma que eu não consigo proteger pois não tenho esse poder. Proteja todos da mesma forma, e se um dia tiver de levar alguém antes da hora, prometa que levará a mim? Eu confio em Ti, querido Deus...

domingo, 4 de outubro de 2009

Amigo de si mesmo

Para ser amigo de si mesmo é preciso estar atento a algumas condições de espírito. A primeira aliada da camaradagem é a humildade. Jamais seremos amigos de nós mesmos se continuarmos a interpretar o papel de Hércules ou de qualquer super-herói invencível. Encare-se no espelho e pergunte: quem eu penso que sou? E chore, porque você é fraco, erra, se esgana, explode, faz bobagem. E aí enxugue as lágrimas e perdoe-se, que é o que bons amigos fazem: perdoam. Ser amigo de si mesmo passa também pelo bom humor. Como ainda há quem não entenda que sem humor não existe chance de sobrevivência? Já martelei muito nesse assunto, então vou usar as palavras de Abrão Slavutsky: “Para atingir a verdade, é preciso superar a seriedade da certeza”. É uma frase genial. O bem-humorado respeita as certezas, mas as transcende. Só assim o sujeito passa a se divertir com o imponderável da vida e a tolerar suas dificuldades. Amigar-se consigo também passa pelo que muitos chamam de egoísmo, mas será? Se você faz algo de bom para si próprio estará automaticamente fazendo mal para os outros? Ora. Faça o bem para si e acredite: ninguém vai se chatear com isso. Negue-se a participar de coisas em que não acredita ou que simplesmente o aborrecem. Presenteie-se com boa música, bons livros e boas conversas. Não troque sua paz por encenação. Não faça nada que o desagrade só para agradar aos outros. Mas seja gentil e educado, isso reforça laços, está incluído no projeto “ser amigo de si mesmo”. Por fim, pare de pensar. É o melhor conselho que um amigo pode dar a outro: pare de fazer fantasias, sentir-se perseguido, neurotizar relações, comprar brigas por besteiras, maximizar pequenas chatices, estender discussões, buscar no passado as justificativas para ser do jeito que é, fazendo a linha “sou rebelde porque o mundo quis assim”. Sem essa. O mundo nem estava prestando atenção em você. Acorde. Salve-se dos seus traumas de infância. Quem não consegue sozinho, deve acudir-se com um terapeuta. Só não pode esquecer: sem amizade por si próprio, nunca haverá progresso possível, como bem escreveu Sêneca cerca de 2.000 anos atrás. Permanecerá enredado em suas próprias angustias e sendo nada menos que seu pior inimigo.
(Martha Medeiros, 04 de outubro de 2009).

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Pequenas, pequenas simples coisas


Eu estava sentada em frente às escadas. Não havia mais ninguém lá. Apenas eu, viajando em pensamentos loucos, mas nenhum relacionado a você. Até aquele instante. Qual o preço de um segredo pra ti? Uma virada de rosto após um 'oi' por obrigação? Um desvio de olhar, para que eu não percebesse o que tu pensas sobre mim? Uma frieza constante esperando que eu me redimisse por algo que eu valorizo sempre?
Eu estava sentada em frente às escadas. Observava o que me cercava, não com olhos de quem busca algo novo, mas com olhos de quem absorve sinais ao meu redor. Este foi o teu sinal pra mim?
Sinceramente, não sei mais quais são os valores que tu preza. Mas sei décor salteado quais eram no princípio. Talvez seja isso. Desde o “princípio” estamos em mutação. Caminhei por um longo tempo junto a ti e, espontaneamente eu não consegui caminhar mais ao teu lado. Ou, talvez até estivesse todo tempo ao seu lado, mas quem tu és hoje, eu afirmo não conhecer.
Sabe me dizer quantas pessoas cruzaram teu caminho desde nosso “princípio”? E quantas não fazem mais parte da tua vida? É amedrontável a quantidade de números em nossas vidas. Pessoas sem valores, que vão, vêm, voltam, somem, aparecem, reaparecem, assombram-te novamente. Eu sou apenas mais um que escapa dos teus dedos, voando junto à brisa fria, tornando-me fria também. Reflexo dos outros, estes aos quais eu não tenho mais. Sabes me dizer se voltarei depois?
Não quero desrespeitar o que a vida me dá, pois sei que amanhã ou depois ela me tira e eu não terei tempo de voltar para consertar ou até mesmo recuperar o que foi perdido. Por isso valorizo as pequenas, pequenas simples coisas. Mas agora sou eu quem sismo me orgulhar, me calar, esquivar-me de ti.
Enquanto você corre pra longe com aqueles que... Nosso mundo é diferente, as pessoas dele são diferentes. Eu havia percebido, eu não pertenço a ele.
Não sei finalizar pensamentos, tão pouco descrever um. Sei despejar as palavras, como se não tivessem pesos e não ferissem ninguém. E pra saber isso, é preciso saber aonde usá-las. E gosto das palavras dos outros ao som de melodias hipnotizantes.
E admito: “Eu sou um sujo, um libertino. E toda vez que você destila a sua raiva eu pareço perder o poder da fala. Você está deslizando lentamente de meu alcance. Você me cultiva como uma sempre-viva. Você nunca viu toda solidão em mim”. Placebo, Without You I'm Nothing.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Um soneto perfeito

Ultimamente eu estive desejando que eu tivesse um desejo, algo que me faria nunca querer outro. Algo que se realizaria, assim nada mais importa, tudo ficaria claro depois. Mas eu acho que terei que esperar por um breve momento e ver tudo se dissolver em um único segundo e tentar escrever num papel o soneto perfeito ou uma estúpida linha, porque isso é tudo que você vai conseguir. Então você terá que aceitar, você está aqui, depois já se foi. Eu acho que os amantes deveriam ser amarrados juntos e jogados no oceano no pior dos tempos e deixados lá para se afogarem, deixados lá pare se afogarem em suas inocências. Mas quanto a mim, eu estou chegando nos capítulos finais. Eu leio todas as páginas e continuo sem respostas. Tudo o que foi antes, eu sei que devo ir atrás em breve. Esse é o único jeito que pode ser. Então estou aqui no sol e estou respirando com meus pulmões tentando me livrar do peso da verdade, dizendo tudo o que você estava vendo era apenas um espelho. Você desperdiçou toda sua vida suando numa febre sem fim, agora você está deitado em uma banheira cheia de água congelante desejando que você fosse um fantasma. Mas um dia você conheceu uma garota e a chamou de amor e dançou com ela na cozinha através do mais verde verão. Mas outono veio, ela desapareceu, você não consegue se lembrar para onde ela disse que iria. Mas você sabe que ela se foi
porque deixou uma música pra você, que você não quer cantar. Cantando eu acho que os amantes deveriam ser acorrentados juntos e jogados no fogo com suas músicas e letras, e deixados lá para queimar, deixados lá para queimar em suas arrogâncias. Mas quanto a mim, eu estou no meu último fracasso. Eu me matei com mudanças tentando fazer as coisas melhorarem, mas ainda assim eu acabei me tornando outra coisa
do que eu planejei ser. Tudo bem! Agora eu acho que os amantes deveriam ser cobertos em flores e colocados juntos numa cama de trevo e deixados lá para dormirem, deixados lá para sonharem com suas felicidades.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Melhor vestido de domingo

O que eu mais fazia o tempo todo era fugir pra longe dos teus olhos, na esperança de encontrar coragem pra suportar o que me atormentava, oculto por tempo em mim. Mas não resistia à dor que me apertava o peito e retornava para teus braços num abraço súbito e forte que me acalmava o choro. Não sabia te explicar. Ou não sabia quais palavras usar para explicar. Agora aprendi que não se pode matar o que não foi criado. Mas eu sei que vive em mim. Corro de volta pra minha solidão, com meu coração acelerado pela desilusão vivida. Eu tento não criar mais coisas, mas meus pensamentos insanos insistem em me roubar o chão. Eu estava alterada, inconseqüente. Queria apenas pensar. E se eu te pedisse pra me deixar só, você entenderia? Se eu corresse pra longe, você suportaria?
"Por que todas as estrelas estão desaparecendo?" É fácil entrar na vida de alguém, roubar todo seu calor e sumir assim, sem dor alguma? Eu precisava arrancar você de mim, como fiz com os outros. Precisava encontrar um vício maior, pra suportar toda solidão da sua ausência. Mas você sempre ficará lá. "E eu caminho em direção dessa desordem em mim" que parece não ter fim. Mas eu sei: não posso deixar de caminhar.
Talvez quando eu não precisar mais ou quando você, inconscientemente, me descartar da tua vida e seguir com tuas próprias pernas, eu já esteja em outro rumo. Não posso negar que sigo desnorteada. E não posso negar, principalmente, que eu não quero seguir em sua direção.
Eu queria algo que me entorpecesse e me fizesse ter coragem pra confessar. E com esse mesmo veneno criar coragem pra assumir os meus "quereres-ocultos" e correr pra longe. Sem vergonha. Sem intenção.
Não falo, por não fazer diferença pra ti. Não falo, por respeito a ti. Não falo, pela desordem em mim. Não falo, por não querer falar...

Já é muito tarde para ficarmos trancados dentro de nós mesmos. O problema é que você esta apaixonada por outra pessoa. Partes sagradas, suas fugas. Você vem comigo nos dias de verão. Inclinadamente, saborosamente. Tente encontrar outra pessoa. Este lugar é meu. Você sabe bem como me sinto”. Interpol - C'mere

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Quem sou eu

Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,

Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo : "Fui eu ?"

Fernando Pessoa

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Lentamente

“Não vá embora
Manhã fria e gelada não há muito o que dizer
Sobre as coisa presas em minha mente
E como o dia vai amanhecendo
Então não vá embora
Diga o que disser
Mas diga que ficará
Para sempre e mais um dia na minha vida
Porque preciso de mais tempo
Sim, preciso de mais tempo apenas pra fazer as coisas certas”

Não é errado se afastar. Ainda mais quando sabemos que o errado somos nós. O que há de errado em querer consertar seus erros longe de quem se ama? Talvez não sejam erros. Sejam perturbações, fases, conflitos, confusões, medos, receios, tristezas acumuladas. Eu não o faria se soubesse que, assim, estaria te perdendo pra valer. Não sou alguém fácil de ser compreendido, tão pouco por você quanto por mim mesma!
Deverias saber que quando as coisas se acumulam pra mim, eu me torno o ser mais horrível do mundo. Eu te desprezo. Eu me torno fria. Eu uso das piores palavras. Eu te machuco, e como te machuco.
Eu não quero justificar nada, porque não há o que justificar. Há tantas coisas ocultas em mim, de tanto tempo atrás, e tantas coisas recentes que me magoam e que eu não posso falar. Não para os outros. Não existe alguém ideal, se não você, pra conversar sobre isso. E como eu sinto sua falta. Sinto falta das conversas nada construtivas, dos conselhos insuficientes, dos seus dramas exagerados e que eu respirava fundo toda vez que começavas pra absorver o máximo de paciência possível.
Eu não quero alguém que me diga o que fazer dessa vida que eu insisto em dizer que é minha. O meu par perfeito não significa só em questões amorosas. Quero meu amigo-par-perfeito pra mim. Mas meu orgulho toma conta de mim, confesso-te. E, as palavras que uso aqui são restritas a mim, porque eu sei: NINGUÉM lerá! Eu não suporto a dor da espera, a demora do amanhã. Parece que nada terá fim.
Eu sei que aperta os dentes pra segurar a vontade de me procurar. Eu sei que se preocupa comigo, mesmo eu insistindo me afastar. Eu sei que faz o possível pra tentar me compreender, mas não dá. Eu sei que sofre sempre ao dormir ao pensar que não falamos mais.
É difícil pra você, e pra mim também. Suportar esse vazio do peito, impreenchível. E nem mesmo que está tão próximo quanto você sempre esteve consegue tomar o seu lugar. Tu és insubstituível.
JAMAIS pense que não significou nada pra mim. Eu lembrarei do seu ombro sempre presente toda vez que derramar uma lágrima. E de todas as vezes que disse que minha alegria era sua alegria. De todas as intimidades contadas e as gargalhadas de doer a barriga com som de deboche. De todas as palavras usadas pra demonstrar o amor de mãe que usei. Do seu “feliz dia das mães” único que eu jamais terei igual. Da minha admiração por você, por ser você.
“Me ajude se você puder, eu estou me sentindo pra baixo
E eu aprecio você estando por perto
Me ajude pôr meus pés de volta no chão
Por favor, você não me ajudará? Por favor, me ajude?

E agora minha vida mudou em oh muitas coisas
Minha independência parece desaparecer na neblina
Mas tudo agora e então eu me sinto muito inseguro
Eu sei que eu só preciso de você
Como eu nunca precisei antes”

Não há como fazer meu coração parar de chorar. Não somente por você (mas principalmente por você), mas por todas as pessoas que a vida anda me tirando nesse passar dos dias.
Meu maior medo, e eu admito não ser forte suficiente pra enfrenta isso é perder meu porto seguro.
Agora eu perdi a fala.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Despreze:

as suas infantilidades, as descobertas maldosas, as lamúrias constantes, os passos errados, os caminhos inacabados, as desistências sem por quês, as pessoas intrusas, os sorrisos forçados, os desiguais, os amores pela metade, as palavras amargas, as palavras não ditas em tempo hábil, os rancores, as lágrimas por tristeza, a raiva contida, os dias tediosos, as tardes vazias, a demora do tempo em ir e vir, o silêncio ensurdecedor, as caminhadas sem rumo, os dizeres não aprendidos, os conselhos não seguidos, as quedas do andar de cima, o tempo que não voltará, o choro engolido, a escolha não feita, os dias longos, os sonhos quebrados, as pessoas levadas, as vontades desfeitas, os desejos reprimidos, as mentiras mal contadas, as verdades que arderam no peito, o recomeço forçado, as fugas descobertas, as aflições, os medos, os receios, as distâncias, as saudades, as ocultações, todas as coisas que você cisma em guardar pra ti... apenas faça seu coração parar de chorar.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Despejar palavras

E eu não tive coragem de falar. Hipinotizada e trêmula busquei as piores saídas para justificar o que não se pode ser explicado. Quando tive a chance à disperdiçei. Deixei escapar por entre os dedos, segurando no peito o que precisava ser dito e no outro dia de súbito, expondo nas lágrimas o sentimento oculto em mim. Se antes eu não tinha coragem, o que me resta agora? Não. O sentimento de culpa não é total. Como das outras vezes, e, também, como será nas vezes futuras, vou somente esperar, observando tímidamente de longe. Seria esse o meu maior defeito? Não consigo ser fria nem vou conseguir ignorar isso. Apenas me deixe pensar....

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Conflito

Tenho medo das águas do destino
a invadirem o que penso e faço,
numa linha de infinda contradição.
Eu sou assim: quero fugir mas chamo,
quero ficar mas me assusta não ter em mim nada seguro e certo.
Nunca receio a alegria,
para a qual todos os milagres são normais.
Mas quando tarda quem amo,
meu coração fica exposto e aberto.
E mesmo assim eu persisto,
e ainda assim espero ainda,
como criança sozinha atrás do muro.
(Lya Luft)

domingo, 16 de agosto de 2009

Não há ninguém aqui, pra você provar que existe.

"E talvez você estranhe ao me ouvir.
Não costumo me comunicar assim.
Mas preste atenção quando a chuva cair,
você vai me ver!
Já tentei ser mais do que eu sempre fui, mas esqueci que é impossível crescer pois todo sangue que nas minhas veias flui, ainda não conseguiu aquecer meu coração.
Inabalável, não há como fazer você parar pra pensar como eu tenho agido nos últimos dias, em que eu lhe vi?"
Stonehenge

[1] -
Eu sempre tentei fazer as coisas da maneira correta, sem machucar ninguém. Mas é complicado quando todas as coisas se movem para cima de você e você não tem mais pra onde correr. “Correr” no sentido de buscar novas saídas, não fugir para não enfrentar uma situação pavorosa. Mas é como se eu não conseguisse fazer nada certo, por mais que seja isso que eu quero.

Como se define o que será certo ou o que será errado?
Somos movidos pelas perguntas, aprendemos com as respostas erradas e levantamos para seguir outro caminho quando já sabemos a resposta certa.

[2] - Eu preciso de alguém que me revire do avesso, me decifre. Que enquanto eu pensar fazer, já esteja pronto. Não penso em alguém perfeito, tão pouco totalmente diferente de mim. Quero alguém que pense já ter amado, pra que eu possa desfazer todas as projeções já certas sobre o amor e mostrar que você pode amar ainda mais. E quero que esse alguém mude isso em mim também. Quero aprender a desfazer o pensamento que o amor maior do mundo já foi sentido por mim antes. Quero mostrar e, sobretudo, me doar, dizer que posso amar muito mais do que um dia imaginei.

Sabe quando você abre seu coração? Existe aquela sensação de liberdade. Sentir-se livre, deixar um novo alguém tomar conta do teu coração. E sentir-se livre em saber que pode voar o mais alto porque a liberdade está em ti.

Queria me sentir livre agora. Livrar de dentro de mim as mágoas passadas-recentes, porque as mágoas muito antigas eu já desfiz e não carrego mais comigo. Tantas mil vezes eu já acreditei que “outro tempo começou pra mim agora”, mas não consigo sair do primeiro passo e partir para o próximo. Insegurança, talvez.

Eu preciso de alguém que me bata na cara. Que me faça acreditar que eu conseguirei seguir adiante. Que estou caminhando por minhas próprias pernas em busca de algo que sempre esteve em mim, no meu sorriso. Alguém que me empurre quando parar no caminho. Que eu tenha que puxar, quando estiver cansado de mais para me carregar.

[3] – Cruzou pelo meu caminho, há certo tempo atrás, o meu alguém ideal. Talvez ele não tenha chegado em uma boa hora. Ou talvez tenha chegado na hora exata, eu só ainda não abri os olhos quanto a isso.

Escolher quem amar é besteira. Você consegue mandar em teu coração? Consegue parar no auge do êxtase? Consegue dizer “não” quando você quer dizer “sim”?

Esse capítulo não termina assim. Eu nem ao menos comecei a sentir pra poder me despedir de você. Deixa o tempo afastar nós dois. Este mesmo tempo nos reaproximará depois. Mas não me deixe só. Eu preciso de você aqui, comigo, esta noite.
(...)

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Sem título

"De almas sinceras a união sincera
Nada há que impeça: amor não é amor
Se quando encontra obstáculos se altera,
Ou se vacila ao mínimo temor.
Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura;
É astro que norteia a vela errante,
Cujo valor se ignora, lá na altura.
Amor não teme o tempo, muito embora
Seu alfange não poupe a mocidade;
Amor não se transforma de hora em hora,
Antes se afirma para a eternidade.
Se isso é falso, e que é falso alguém provou,
Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou".
William Shakespeare

Queria saber decodificar meus pensamentos, simplificando-lhes em um só termo: ou amor, ou dor, ou saudade, ou ilusão... Mas, eles são um pouco de tudo e nada ao mesmo tempo. "Tudo", por eu possuir um respingo de cada um dos sentimentos possíveis de serem sentidos entrelaçados em meu peito. E "nada" porque todos esses sentimentos não me dizem algo concreto. Eu não consigo mais escrever. Talvez porque todas as palavras possíveis de serem ditas, eu já usei com você. Mas existem palavras que eu nem sonho que existam que talvez nos digam muito mais. Algumas coisas eu não posso afirmar na vida, porque precisaria de certeza. Mas isso que pretendo dizer aqui, eu afirmo e aposto o sangue que corre em minhas veias a plena certeza. Certos sentimentos podem ser sentidos múltiplas vezes na vida de alguém. O que difere de uma situação a outra é a intensidade com que ele se manifesta. Não sabemos colocar um limite e muito menos dizer que "eu amo acima de tudo". O que seria 'tudo'? Mas a gente sabe, mesmo que não conseguimos expressar em palavras, que esse tal amor é infinitamente grande. Eu não conseguiria, nem mesmo se quisesse amar alguém tanto quanto amo você. E, isso que eu acabo de afirmar agora, será dito apenas nesse instante da minha vida, apenas pra você. Eu posso amar um, dois, três, até meu último dia de vida. Mas jamais como eu amo você. Você foi/é desses amores que carregamos consumindo a maior porção do coração e não podemos esconder isso de nós mesmos, criando situações que camuflem a verdade, mas devemos aceitar que nosso amor foi e será pra sempre nosso amor. Tem ideia de quantas coisas escrevi pra você, quantas esperanças depositadas sobre linhas, quantas formas de expressar o que sentia eu consegui criar, quantos pensamentos sobre nós dois eu tenho hoje, quantas lembranças detalhadas de quando estivemos juntos eu guardo na minha memória, o quanto eu ainda me atormento com isso? Amor perdido ainda é amor. Mesmo depois de milhões de despedidas, algumas nem ditas, mas o silêncio nos dizia pra não nos procurarmos mais; mesmo depois de fugas, promessas não cumpridas, esperanças quebradas, desabafos de ‘eu não quero mais, cansei’, conflitos internos, abalos e decepções, a maldita distância. Ainda sentimos a mesma coisa, o mesmo amor. Apenas não com a mesma dedicação. No meu vocabulário não existe “eu não amo mais você” destinado a ti. Eu não sei descrever meu amor, não sei decifrar você, não sei não sentir algo sobre você. Mas sei que distância alguma consegue ultrapassar um sentimento, tamanho algum consegue medi-lo, palavra nenhuma consegue possuir todas as palavras que significam meu amor por ti, e, além disso tudo, o principal: ninguém conseguira amar você, depositar um amor sobre você, como eu fiz.

"Se o chão se abrir e você sentir que já não tem mais forças
Confie e acredite, sempre um pouco mais
Se existe o caos e a dor, também existe a fé e a esperança
Em algo maior, algo melhor
Não é felicidade, amor, carinho e sim viver e aceitar que pra cada
Dia ou pensamento que ferir seu coração, vai existir a recompensa
Por tudo o que você passou e pra cada sonho que perdeu, encontrará
Um novo sonho inteiro ao seu dispor".

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Não há razão pra escrever.

Olhe, não fique assim, não. Vai passar. Eu sei como dói. É horrível. Eu sei que parece que você não vai agüentar, mas agüenta. Sei que parece que vai explodir, mas não explode. Sei que dá vontade de abrir um zíper nas costas e sair do corpo porque dentro da gente, nesse momento, não é um bom lugar pra se estar. (Fernando Pessoa escreveu, num momento parecido, “hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu”). Dor é assim mesmo, arde, depois passa. Que bom. Aliás, a vida é assim: arde, depois passa. Que pena. A gente acha que não vai agüentar, mas agüenta: as dores e a vida. Pense assim: agora tá insuportável, agora você queria abrir o zíper, sair do corpo, encarnar numa samambaia, virar um paralelepípedo ou qualquer coisa inanimada, anestesiada, silenciosa. Mas agora já passou. Agora já é dez segundos depois da frase passada. Sua dor já é dez segundos menor do que duas linhas atrás.[...]

Você sentiu que eu fui arrancada de você, que deixei você cedo demais. Havia uma razão pra tudo isso. Eu estava bem aqui e você me amou mesmo assim. Amor perdido ainda é amor. Assume uma forma diferente, só isso. Você não pode tocar as mãos, não pode mexer no cabelo, mas quando essas sensações desaparecem, outras ganham vida em memória. A memória se torna seu parceiro. Você à abraça, você dança com ela. A vida tem que terminar, o amor não.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Ao sorriso mais lindo.

Até um tempo atrás eu tinha todas as certezas que alguém precisa ter. Eu tinha alguém por perto, mesmo que de muito longe. Eu tinha um sentimento e era recompensada por este alguém da mesma forma. Eu tinha meu caminho traçado sem que nada pudesse atrapalhar. E meus olhos vendados para as coisas negativas que pudessem destruir todas as coisas que eu havia conquistado até aquele dia. Eu poderia sentir medo, mas era dele que eu tirava minhas forças pra continuar adiante e enfrentar todos os outros medos derivados daquele. Não me sentia fraca ou incapaz. Eu estava feliz e nada poderia tirar isso de mim. Ingenuidade minha. Aos poucos a tal venda foi caindo e todas as coisas que eu havia conquistado principalmente a pessoa que eu achava estar ao meu lado, se decompuseram. Não sei se é correto dizer que se transformaram em algo inesperado ou se o tempo todo sempre foi assim, mas só agora eu havia percebido. Não chamo isso de decepção, mas, aprendizado. Eu passei a me sentir como um acorde errado em uma linda música. É chato quando se espera muito de alguém a ponto de se orgulhar sem nada concreto ainda acontecer, porém a confiança te faz pensar e acreditar em coisas muito além das possíveis, aí quando se percebe que não era tudo aquilo que havíamos pensado e sonhado, a gente se desilude com a vida, com as pessoas. Posso dizer que vivi um sonho e que tal sensação era a mais gostosa da face da terra. E que eu jurei que seria assim por todos os outros dias da minha vida. Acredito que qualquer ser humano tenha um limite nas emoções. Eu não posso negar, eu ainda penso muito em você. Em todos os sorrisos que demos, em todos nossos olhares que cruzamos, as ruas que passamos, as palavras empregadas com sentidos múltiplos, mas que na verdade apenas queriam transparecer o que sentíamos. Hoje estou certa que ameaçamos, mas não chegamos ser. Vivemos todas as coisas que queriamos, mas em nossos sonhos. Hoje estou certa de que a felicidade não se encontra em um destino próximo, lá adiante. Mas a cada passo que damos agora, na jornada que estamos fazendo. Em cada mínimo detalhe, em cada coisa simples que a vida nos permite. Eu fui a pessoa mais feliz enquanto estivemos juntos. Eu senti a coisa mais bela da vida quando te encontrei. Eu tive os melhores pensamentos quando tinha você. Eu ainda escrevo pra você. Eu ouvi as melhores músicas com você. Eu posso dizer, como a única certeza que tenho hoje: Eu te amei, de verdade. Desses amores que sobem a cabeça, desses amores que não se sabe se estamos sentindo frio ou calor, que não conseguimos medir o tempo, que esquecemos todos os rostos a nosso redor, que pensamos um no outro quando acordamos até um segundo antes de acordar, desses amores que aprendemos a gostar de coisas jamais experimentadas antes, dos amores que nos arrepiamos só em pensar um no outro, dos amores que nos faz pulsar o coração mais rápido cada vez que você chega perto, que nos faz suar as mãos no pior dos invernos, que nos faz acordar com o gosto do nosso beijo mesmo há muito tempo se se ver, dos amores que se sente feliz apenas em nos olharmos de longe, dos amores maiores do mundo jamais sentido por outra pessoa antes.

Ao som de Paralamas do Sucesso, Quase um segundo.
Eu queria ver no escuro do mundo onde está tudo o que você quer pra me transformar no que te agrada, no que me faça ver quais são as cores e as coisas pra te prender? Eu tive um sonho ruim e acordei chorando por isso eu te liguei. Será que você ainda pensa em mim? Será que você ainda pensa? Às vezes te odeio por quase um segundo, depois te amo mais, teus pêlos, teu gosto, teu rosto, tudo que não me deixa em paz.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Reviravolta

E nem que eu escrevesse a coisa mais bela do mundo e oferecesse a ti... Nem que eu cruzasse a rua e encontrasse outro sorriso encantador... Nem que eu desse todas as provas de amor possíveis... Nem que todos os seus e os meus arrependimentos fossem suficientes para fazer voltarmos atrás. E nem que eu entendesse todas as coisas do mundo... Nem que eu soubesse todas as línguas, as palavras mais belas, o melhor amor... Nem que eu soubesse decifrar teus pensamentos, acalmar tua dor... Nem que eu tivesse todas as respostas. E mesmo se eu soubesse amar da forma mais maravilhosa... Ou que você soubesse entender a minha forma de amar, de demonstrar, de sentir. Não precisamos de certezas, não precisamos de tempo algum. E mesmo que eu parasse no tempo, sentasse frente as tuas cartas e chorasse toda dor do mundo... E que eu tentasse lembrar de todos os detalhes, superlotando minha mente com nossas lembranças... Puta nostalgia que me confunde ainda mais. Eu quero de volta o sorriso que eu tinha, que era meu. Eu quero de volta o caminho que eu tinha, trilhado só pra mim. Eu quero de volta minhas certezas, esperanças, temores e, principalmente, meu desejo de continuar. Não quero mais essa vida vazia, com uma abstinência que nunca cessa e uma vontade que não sei de onde vem. Não quero mais sentir a desilusão, sentir a sensação de estar fazendo todas as coisas erradas, sentir a sensação de que tudo está por um triz. Às vezes eu penso, seria muito mais fácil apenas existir. Meu inferno pessoal é o que eu estou vivendo. A crise de existência, de não saber quem sou eu, pra que sirvo, pra quem eu vivo. Parece que tudo não tem mais sentindo. É como se eu fosse perder algo muito valioso, e essa perda está próxima. Eu me sinto tão estranha, estou me enlouquecendo com esses pensamentos indecifráveis que não seguem um rumo fixo e ficam pra lá e pra cá, voltando ao início sempre. Eu sei que o problema sou eu. E é isso que me mata. O amor mata.

sábado, 18 de julho de 2009

Refúgio


É chato quando você se vira pro lado e não vê mais ninguém. Apenas a rua fria, imensa e larga que você deve caminhar no meio da noite para chegar em algum lugar. As pessoas querem seguir você, mas você não as deixa. Diz sentir-se melhor ao estar só. Não estava desfazendo suas companhias, apenas queria seguir com meus pensamentos tentando fazer as pazes com minha consciência.
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Quando se diz algo que não deveria ser dito, as pessoas acabam ouvindo o que não querem. Foi assim com você. Eu precisava de algo da sua parte para me convencer que não existe nada mais. E recebi. Agora estamos livres, voando com nossas asas separadamente, pousando apenas quando cansarmos de estarmos longes, quando quisermos nos recuperar, quando for preciso começar, seguir outro rumo.
O que resta de mim para você, é apenas o meu ombro amigo pra quando quiser chorar, meu abraço apertado pra quando quiser sentir-se segura, meu olhar atento pra quando precisar de ajuda e nada a mais que isso.
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"Respire-me toda vez que você fechar os olhos. Sinta o meu gosto toda vez que você chorar. Essa memória irá desaparecer e morrer. Só por hoje, respire-me e diga adeus. Me veja nos olhos de outra criança. Vire-se quando perceber que estou vindo, de vez em quando. Essa melodia vai desaparecer e morrer. Só por hoje, respire-me e diga adeus. Quantas vezes? Quantas vezes? Agora não posso te olhar nos olhos e eu não quero nem tentar, porque cada palavra vinda de você é uma mentira". - Placebo ♥

terça-feira, 7 de julho de 2009

Nunca pareço estar onde eu realmente pertenço.

Esses dias vi essa frase "quantas pessoas especiais mudam?" no subnick de uma pessoa especial. Eu não saberia responder se fiquei mais impressionada por a frase possuir um sentido muito real, compatível ao meu pensamento, ou então por eu ser uma pessoa especial a ela, consequentemente estou mudada. Honestamente, me sinto mudada. Completamente mudada. As pessoas mudam, querendo ou não mudam. A cada pessoa que cruza seu caminho, a cada situação que se deposita em sua vida, a cada escolha, boa ou ruim, que fazemos, a cada novo caminho que percorremos, a cada segundo que acaba de ficar pra trás. Somos culpados por mudar a vida dos outros ao mudar a nossa. Somos culpados por sermos inteligentes ou ignorantes a ponto de querer progredir/evoluir, mesmo que pra isso temos que quebrar algum vínculo, alguma rotina, desfazer gostos? Não gostaria de ser eu mesma pro resto da minha vida. Às vezes gosto do poder que as coisas novas tem sobre uma pessoa: a torna receptível a novos conceitos, pensamentos, mente aberta pra outras descobertas.
É difícil a gente cruzar pela vida de alguém com conceitos semi-estruturados, pessoas em seus devidos lugares (eu me refiro em um vínculo de amizade), fechado à novas visitações e, mesmo assim, conquistar um espaço em seu coração. Percebo que eu nunca pareço estar onde eu realmente pertenço. Afinal, a que pertenço? Não quero cruzar a vida de alguém e ser colocada ao seu lado pra substituir um alguém terceiro. Não quero cruzar o caminho de alguém, apenas temporariamente e depois ser 'largada', voltando daonde eu jamais deveria ter saído.
Jamais pensei que ao escolher um caminho que me levasse até o fim da vida fosse tão difícil assim. Querer ser alguém melhor, me dedicar para isso, consome quase que 100% do meu tempo de vida, me deixando em escanteio, deixando de fazer coisas que realmente adoro fazer. E isso é difícil, não só pra mim, mas pelos outros também. "Talvez amanhã esse vendaval faça algum sentido".
Não gosto de me sentir divida. Não gosto de ter que escolher. Não gosto de abaixar a cabeça, e aceitar. Mas me sinto sem saída, dando-lhe razão e ciente dos meus limites. É a escolha que eu fiz, há dois anos atrás, e, terás de compreender. Então, abaixo a cabeça pras coisas que dirás, sem retrucar, sem opinar, apenas aceito quieta, tentando, mais uma vez, não deixar que escape pelos meus dedos e não mais voltar.

domingo, 5 de julho de 2009

Oscilação.

E nem a luz do luar que iluminava meu caminho em plena madrugada fria de julho, nem os pensamentos confusos que invadiam minha mente, nem o barulho ensurdecedor do silêncio que me enlouquecia estando apenas meus passos singelos a me acompanhar. E nem toda solidão que me entorpecia ou toda euforia contida em meu peito. E nem toda dor de dente que me incomodasse naquele dia. Nem todas as coisas observadas pelo caminho que percorri, até seu último adeus, frio adeus. E nem todas as coisas sobre você que você não ousa nem ao menos sonhar. E nem todas as músicas cantadas em meu pensamento, só pra ti. E nem todos os gritos de raiva e aflição que eu sufoquei em minha garganta, por ti. E nem toda ilusão, todo teatro de cenas inexistentes que projeto em minha mente sobre você antes de deitar e dormir um sono que nem ao menos existe. E nem que houvesse uma explicação pra todas as coisas sem sentido que acontecem, mas que na verdade há significância medonha a ponto de não ser detalhada aqui (ou foi?). E nem todas as vezes que olho no relógio reparando a hora, ou todas as vezes que procuro por uma mensagem sua. Nem todos os pedidos que fiz à lua. Nem toda vontade de te deixar tão imensa quanto a vontade de te querer por perto. Toda a oscilação que contenho no peito, não por sentir, mas por querer, não poder, precisar e não estar. Talvez eu não tenha mais pensado em você. Talvez eu não tenha mais falado com você. Talvez eu não tenha mais estado perto de você. Talvez eu não tenha mais sido eu com você. Talvez eu não consiga mais disfarçar para você. Talvez eu não consiga mais aprender com você. Porque você não volta e me assombra, novamente? Eu faço isso toda noite com nossas lembranças. Meu lugar seguro.
Pudera alguém viver de lembranças? Pudera alguém viver a vida inteira na solidão? Pudera alguém amar intensamente sem nunca mais poder estar com a pessoa desejada? Mas que coração de merda que não se decide, insistente e desobediente. Merece estar em pedaços, pequenos pedaços impossíveis de se recompor. Óh, que drama! Agora deita, e chora. ¬¬'

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Apresento a vocês uma garota séria de poucos amigos, um único sorriso e a vida a lhe ensinar. Gosta de pensar, sozinha caminhando a lugar nenhum. Admira pessoas inteligentes e a obeservação das coisas ao seu redor é quem lhe desvenda alguns mistérios ocultos. Apaixonada pelo proibido, carrega no peito a intensa dor cuja sombra é seu próprio medo, quem a persegue sempre. Sua inocência a cega por completo quando conhece um novo alguém. Não vê defeitos, não vê problemas, não vê caráter maléfico. Vê o que os olhos lhe mostram. Certas vozes ousam soar como músicas das quais a garota gosta muito, entorpecendo-se por melodias distintas e ausentes, apenas presentes no pensamento dela. Estaria ela louca? Estaria ela delirando?
Ah, não se pode matar o que nao foi criado. Então, continue, continue, continue assim (...)

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Dor ou nada?

Não quero defender as relações falidas e que só fazem mal, nem estou sugerindo que as pessoas insistam em sentimentos que não são correspondidos, em relacionamentos que não são recíprocos, mas quero reafirmar a minha crença sobre o quanto considero válida a coragem de recomeçar, ainda que seja a mesma relação, a coragem de continuar acreditando, sobretudo porque a dor faz parte do amor, da vida, de qualquer processo de crescimento e evolução. Pelos comentários que ouço, pelas atitudes que vejo, pela quantidade de pessoas depressivas que perambulam ocas pelo mundo, parece que temos escolhido muito mais vezes o “nada” do que a “dor”. Quando você se perguntar “Do que adianta amar, tentar, entregar-se, dar o melhor de mim, se depois vem a dor da separação, do abandono, da ingratidão?”, pense nisso: então você prefere a segurança fria e vazia das relações rasas? Então você prefere a vida sem intensidade, os passos sem a busca, os dias sem um desejo de amor? Você prefere o nada, simplesmente para não doer?
Não quero dizer que a dor seja fácil, mas pelo amor de Deus, que me venha a dor impagável do aprendizado que é viver!! Que me venha a dor inevitável à qual as tentativas nos remetem. Que me venha logo, sempre e intensa, a dor do amor…
Prefiro o escuro da noite, a nunca ter extasiado o brilho da lua.
Prefiro o frio da chuva, a nunca ter sentido o cheiro da terra molhada.
Prefiro o recolhimento cinza e solitário do inverno, a nunca ter me sentido inebriada pela magia acolhedora do outono, encantada pela alegria colorida da primavera e seduzida pelo calor provocante do verão.
E nesta exata medida, prefiro a tristeza da partida, a nunca ter me esparramado num abraço.
Prefiro o amargo do “não”, a nunca ter tido coragem de sair da dúvida.
Prefiro o eco ensurdecedor da saudade, a nunca ter provado o impulso de um beijo forte e apaixonado, daqueles que recolocam todos os nossos hormônios no lugar.
Prefiro a angústia do erro, a nunca ter arriscado.
Prefiro a decepção da ingratidão, a nunca ter aberto meu coração.
Prefiro o medo de não ter meu amor correspondido, a nunca ter amado ensandecidamente.
Prefiro a certeza desesperadora da morte, a nunca ter tido a audácia de viver com toda a minha alma, com todo o meu coração, com tudo o que me for possível.
Enfim, prefiro a dor, mil vezes a dor, do que o nada…
Não há, de fato, nada mais terrível e verdadeiramente doloroso do que a negação de todas as possibilidades que antecedem o “nada”. E já que a dor é o preço que se paga pela chance espetacular de existir, desejo que você ouse, que você pare de se defender o tempo todo e ame, dê o seu melhor, faça tudo o que estiver ao seu alcance, e quando achar que não dá mais, que não pode mais, respire fundo e começe tudo outra vez, porque você pode desistir de um caminho que não seja bom, mas nunca de caminhar… Pode desistir de uma maneira equivocada de agir, mas nunca de ser você mesmo… Pode desistir de um jeito falido de se relacionar, mas nunca de abrir seu coração… Portanto, que venha o silêncio visceral que deixa cicatrizes em meu peito depois das desilusões e dos desencontros… Mas que eu nunca, jamais, deixe de acreditar que daqui a pouco, depois de refeita e ainda mais predisposta a acertar, vou viver de novo, vou doer de novo e sobretudo, vou amar mais uma vez.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Nostalgia.

Hoje eu assisti um filme: Marley e eu.
Tudo bem que é um filme de cachorro, que se for pra ver filmes de cachorro então que ligue a TV na Globo todas as tardes que é certo que passará algum. Mas só quem assistiu "Marley e eu" de coração aberto sabe tamanha emoção que ele nos passa.
É incrível. Talvez seja eu sentimental demais, ou talvez seja o filme absolutamente tocante.
Conseguiu me fazer expor tristezas acumuladas de anos, quando perdi meu melhor amigo! Lembrar da nossa convivência com outros olhos, com os olhos de quem agradece por ter tido alguém como ele por perto: confidente, amigo, comparsa. Queria que ele soubesse o quanto sinto sua falta.
Acontece que, assim como eu, todas as pessoas esperam por um outro dia: o amanhã. Esperam com planos, objetivos, coisas pré-programadas esperando a hora certa para serem colocadas em prática. Deixamos coisas que poderiam ser adiantadas no agora, e, em nenhum momento, passa pela nossa cabeça que, não é para todos nós que o amanhã irá vir. Não quero que pensem que hoje pode ser seu último dia e fiquem neuróticamente esperando pela morte e esquecendo de viver. Mas quero que vivam. Abracem quem tiver que abraçar. Amem quem tiver de amar. Se pensar em algo, faça, não deixe pra depois. A vida é muito curta pra somente existirmos. A vida é muito curta para nos arrependermos de não ter feito as coisas.
E eu sei que, por mais que amamos intensamente, por mais que protegemos e cuidamos de quem gostamos com todas nossas forças, ninguém sabe sobre limites, mas é certo que sempre temos algo mais a doar. Muito mais.
Quero que antes de dormir, reflitam sobre o que fizeram hoje de "anormal". Quantos "muito obrigada" receberam? Quantos sorrisos distribuiram? Quantas pessoas fizeram rir?
Reflitam.
"Para um cão,você não precisa de carrões,de grandes casas ou roupas de marca. Símbolos de status não significavam nada para ele. Um graveto já está ótimo. Um cachorro não se importa se você é rico ou pobre, inteligente ou idiota, esperto ou burro. Um cão não julga os outros por sua cor, credo ou classe, mas por quem são por dentro. Dê seu coração a ele, e ele lhe dara o dele. É realmente muito simples, mas, mesmo assim, nós humanos, tão mais sábios e sofisticados, sempre tivemos problemas para descobrir o que realmente importa ou não. De quantas pessoas você pode falar isso? Quantas pessoas fazem você se sentir raro, puro e especial? Quantas pessoas fazem você se sentir extraordinário?" - John Grogan

Outro momento decisivo: uma bifurcação cravada na estrada. O tempo te agarra pelo pulso e te mostra aonde ir. Então, dê o seu melhor nesse teste e não pergunte por que. Essa não é uma pergunta, mas sim uma lição que se aprende na hora certa. É algo imprevisível, mas no final, é certo, espero que você tenha curtido o tempo de sua vida. Então pegue as fotografias e as imagens dispersas em sua mente, coloque-as na prateleira da boa saúde e dos bons tempos. Tatuagens de memórias e pele morta em julgamento, o que vale a pena valeu durante todo o tempo. - Time of your life, Green day.

domingo, 21 de junho de 2009

lucidez.

Vinte de junho, 2h 13 min da manhã.
Eu estava voltando da rua para casa. Sozinha. Caminhando por várias ruas sombrias, ouvindo o som do vento, sentindo-o frio em meu rosto, pensando em tudo ao mesmo tempo. Eu precisava pensar. É estranho, mas eu precisava conversar com alguém. Não quero dizer "alguém" referindo-se à pessoas, mas sim, a mim mesma.
Talvez nem eu saiba quem sou eu por completo, mas eu tenho certeza das coisas que eu não sou. Eu não estou sendo "eu" nesse últimos dias.
Sabe quando certas situações, pessoas, vontades, sentimentos, nossa própria consciência, quando a realidade, te faz mudar?
Ontem eu parei pra pensar, no ontem muito atrás, no ontem recente e no ontem presente. Concluí que eu não sou mais a mesma de três anos atrás. Eu não tenho mais a mesma força que quatro meses atrás. Eu não consigo esquecer o maio e seguir, recomeçar.
Não se pode esquecer o passado, ainda mais quando há coisas inacabadas a serem resolvidas.
Absorvi todas as coisas necessárias a mim, coisas do passado.
Acrescentei-as no presente e tomei o meu rumo.
Compreenderei o que for, na hora certa. Não penses na desistência, apenas aceite que cada coisa tem seu tempo, e agora não é nosso tempo.
Agora estou aqui.

Ao som de, October - Evanescence.
"Minha única esperança (todo o tempo que eu tentei), minha única paz (me afastar de você), minha única alegria, minha única força (eu caí na sua abundante graça), meu único poder, minha única vida (e amor é onde estou), meu único amor".

terça-feira, 16 de junho de 2009

Hoje acordei sem lembrar, se vivi ou se sonhei.

De repente, você vê que aprendeu várias coisas, mas não foi de repente, foi aos poucos. 'De repente' não quer dizer que você aprendeu rápido, quer dizer que você não percebe que está aprendendo, até que aprende. Você olha para as suas fotos antigas e não consegue se enxergar. Você se lembra de frases ditas e atitudes tomadas e as tratas como se fossem de um outro alguém. Você aprende que não há amor que não acabe, doença que não se cure, não há estrada sem fim. O caminho, sim, é sem fim. De repente, você se sente cansado de tanto aprender quando, na verdade, você esta é cansado de estar rodeado de gente que não aprendeu coisa nenhuma. Não te preocupes, todos aprendem, cada um a seu tempo. O problema é que alguns demoram tanto que acabam morrendo antes da primeira aula. Não existe essa coisa de 'fase de mudança', é que na verdade nós vivemos em constante mutação.

Ouvindo: Papas da Língua, Estou aqui.
"Estou aqui sem saber como vai, você que deixou para trás tudo o que sonhei; De saudades vai enlouquecer, quem sabe o que é sofrer já sabe o que é o amor; A tristeza vai adormecer, quem sabe o que é sonhar já sabe que é feliz; Quando o amor chegar você vai saber, pelos sinais que o mundo ao seu redor; O amor chegou pra te levar, pra te levar pra outro lugar";

sábado, 13 de junho de 2009

E dói demais eu ter que ver (...) passado.

Bom, baseado no meu último texto, a sua percepção deve ser que eu ame muito alguém a ponto de querer esperar por ele. Percepção certa, realidade errada. Por que eu deveria me esquivar de certas coisas, se quem deveria estar interessado o bastante para tentar tornar a realidade melhor para ambos, não faz absolutamenete nada? A questão é: qual é o meu limite? Meu limite já se foi e não há sentimento algum capaz de fazer eu mudar de decisão e querer voltar atrás. Voltar para as mesmas desilusões, as mesmas mentiras, as mesmas palavras que ousamos ainda dizer que soam como qualquer outra sem valor. Te jurei seriedade sentimental e esperei ao menos respeito. O que está faltando em mim agora é amor próprio. Preciso, urgentemente, pensar mais em mim, mesmo que tal atitude seja egoísta e o magoe. Mas certamente não o magoará mais do que eu fico ao ver seu desinteresse, suas palavras murchas, parecendo sem sentido algum quando chega a hora de ser pra valer. Preciso me livrar das coisas que não me fazem bem, reorganizar minhas idéias, encontrar de novo meu caminho desviado quando o conheci. Preciso descobrir quem realmente sente minha falta. Certamente serão as poucas pessoas que estão ao meu lado sempre, elas irão me compreender. Não se trata de drama, cenas. Caiu a ficha para mim. Não sou mais uma adolescente impulsiva de 16 anos que pensava nos outros antes de qualquer coisa, que agia de forma inconsequente, visando só as emoções. Eu quero é viver. Mesmo que para viver, não existir, eu precisa renunciar você, porque hoje tu acabaste de me provar, sem querer, que NÃO precisa mais de mim. Não me sinto tola por ter te dado ouvido, ter aconselhado você, mas eu realmente cuido das pessoas as quais eu amo, seja elas quem forem. Eu já trilhei meu caminho, antes mesmo de te conhecer. Quando o conheci, consegui encaixa você de certa forma que não nos prejudicasse em outros sentidos, mesmo que para isso precisasse desviar um pouco do meu rumo. Veja aonde estamos, agora. Não há razão para levar adiante resíduos de sentimentos e não sentimentos concretos. Eu, confesso aqui, que eu não aguento mais. Te renuncio, e renunciando você renuncio os meus desejos e sentimentos também, mas tenho certeza que essa é nossa melhor solução. Não posso interferir no destino, então, não posso evitar de cruzar teu caminho novamente. Mas isso, só o tempo dirá. Sugiro que viva intensamente, como eu farei. Diga todas as coisas que vier a cabeça sem medo de qualquer reação negativa da outra parte, como eu farei. Sinta, grite, chore, ouça, fale, sempre que sentir vontade, como eu farei. E sobretudo, ame, mas ame as pessoas que realmente merecerão o teu amor, como eu sempre fiz e sempre farei. Eu amei você.

Ao som de: Planos e promessas, Fresno ♥
"Tudo parou. Você falou como se você calculara pra me magoar. Eu me virei e caminhei, não mais olhei pra tua cara, descobri o que é chorar. A visão turva, água da chuva, não mais iria simular a lágrima. Quando eu cheguei, me deparei com que eu iria te mostrar caso eu ouvisse o "sim". Você não sabe o quanto eu planejei, muito menos o quanto que eu chorei ao perceber que você se foi. Você nem em sonhos consegue ver tudo o que eu escrevi pra você ler ou para eu recitar pra você dormir".

"E hoje eu estou aqui, e para sempre vou ficar"

Eu não saberia descrever o que foi de errado essa vez. Não me conformo com a vida nos surrando desse jeito, nos tornando outros, caídos ao som das palavras ditas e atitudes desfeitas. Tudo que eu faço é fechar os olhos, para que eu sinta apenas o vento batendo em meu rosto, rezando, pedindo que leve embora todas as minhas lembranças, todas as desesperanças, as mesmas lembranças e desesperanças que me cortam por dentro em tantos outros pedaços impossíveis de se curar. Respiro fundo então, calmamente. O ar que penetra em mim é o mesmo ar que me sufoca ao deitar. E agora o que será de nós? Não me importo com seu jeito esquecido de ser, desligado das coisas. Não me importo em ter que estar distantes num presente, sabendo que estaremos juntos amanhã. Pra que tanto amor, se eu não posso ter você junto a mim? Medo. É o único sentimento que não tenho coragem de enfrentar. Medo por ti. Medo do que você possa se tornar sem mim. Medo de não estar presente, te acalmando, te segurando quando cair e precisar levantar. Medo das pessoas que podem te roubar de mim. Eu não consigo mais medir as palavras. Não consigo ver você aceitando se afastar de mim, como se essa fosse nossa única saída. Meu amor é uma loucura disfarçada de sanidade. Vá se você deve ir, mas não encontrará jamais outro igual a mim. Eu continuarei aqui. E mesmo que eu o deixe ir, eu não consigo me desprender de você, assim como você a mim. Ah se eu pudesse te fazer sorrir de novo. E essa lembrança que nos consome, e essa culpa que não é nossa, essa dor que não explicamos, essa falta que nos invade, esse amor maior do mundo. Fingir que te deixo livre, é um jeito egoísta de amar. Segue em frente se deve ir. Eu continuarei aqui a te esperar. Engolindo a distância, disfarçando a saudade e alimentando a esperança de te ter de novo. Eu estarei aqui pra quando estiver cansada de ir para longe e decidir voltar. Voltar pra ter todo o amor que eu ainda tenho pra te dar. Voltar pra sentir o calor do meu corpo que ainda insiste em chamar pelo teu. Voltar para sentir meu abraço apertado que só quer te proteger. Voltar pra olhar nos meus olhos e ver que eu esperei, porque na verdade, eu te amo demais. (jan /09)

quinta-feira, 11 de junho de 2009

O tempo passado no tempo presente.

Uma vez me falaram que o tempo é o senhor de tudo. E é por sinal. É quem desgasta as coisas, antes mesmo delas acontecerem. É quem faz com que as pessoas percam para sempre seus sentidos, e quando novamente nos falarmos ‘oi’, não terá mais tanta emoção quanto um diz existiu, porque nossa emoção foi consumida por ele: o tempo. Com o tempo, pessoas cruzarão nosso caminho como os dias de chuva, você sabe que existirão dias chuvosos, mas não sabe quando nem como serão esses dias. Eu esperei que o tempo levasse pra longe todas as minhas desilusões e trouxesse consigo esperança. O tempo passou e sigo com as mesmas desilusões e com o pouco que tinha de esperança escapando por entre os dedos.


"Os dias passados não significam nada para mim, fotos antigas que eu sempre verei, o tempo apenas desbota as páginas, no meu livro de memórias".