segunda-feira, 20 de julho de 2009

Reviravolta

E nem que eu escrevesse a coisa mais bela do mundo e oferecesse a ti... Nem que eu cruzasse a rua e encontrasse outro sorriso encantador... Nem que eu desse todas as provas de amor possíveis... Nem que todos os seus e os meus arrependimentos fossem suficientes para fazer voltarmos atrás. E nem que eu entendesse todas as coisas do mundo... Nem que eu soubesse todas as línguas, as palavras mais belas, o melhor amor... Nem que eu soubesse decifrar teus pensamentos, acalmar tua dor... Nem que eu tivesse todas as respostas. E mesmo se eu soubesse amar da forma mais maravilhosa... Ou que você soubesse entender a minha forma de amar, de demonstrar, de sentir. Não precisamos de certezas, não precisamos de tempo algum. E mesmo que eu parasse no tempo, sentasse frente as tuas cartas e chorasse toda dor do mundo... E que eu tentasse lembrar de todos os detalhes, superlotando minha mente com nossas lembranças... Puta nostalgia que me confunde ainda mais. Eu quero de volta o sorriso que eu tinha, que era meu. Eu quero de volta o caminho que eu tinha, trilhado só pra mim. Eu quero de volta minhas certezas, esperanças, temores e, principalmente, meu desejo de continuar. Não quero mais essa vida vazia, com uma abstinência que nunca cessa e uma vontade que não sei de onde vem. Não quero mais sentir a desilusão, sentir a sensação de estar fazendo todas as coisas erradas, sentir a sensação de que tudo está por um triz. Às vezes eu penso, seria muito mais fácil apenas existir. Meu inferno pessoal é o que eu estou vivendo. A crise de existência, de não saber quem sou eu, pra que sirvo, pra quem eu vivo. Parece que tudo não tem mais sentindo. É como se eu fosse perder algo muito valioso, e essa perda está próxima. Eu me sinto tão estranha, estou me enlouquecendo com esses pensamentos indecifráveis que não seguem um rumo fixo e ficam pra lá e pra cá, voltando ao início sempre. Eu sei que o problema sou eu. E é isso que me mata. O amor mata.

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