sábado, 14 de agosto de 2010

Café frio

Não leve a mal esse medo exorbitante que eu sinto em te perder sem que haja um por que real para justificar esse incômodo. E nesses passos trocados que às vezes embaralho nosso dia, sei que alguns arranhões eu faço em ti, sem intenção, e me considero a pior das pessoas do mundo ao perceber que excesso de amor também pode machucar. Vejo meu reflexo em ti a cada atitude minha. Tuas reações são as mesmas que eu teria se estivéssemos em papéis contrários. Perdoa-me por pecar pelo excesso, mas entenda que é incontrolável sentir medo de te perder. É torturante, pra mim, estar a pensar nisso e, como se não bastasse esse pensamento, eu deixo transparecer pra ti esse meu medo, te torturando da mesma forma. Não largue minha mão, mesmo que minha revolta com o mundo externo esteja no auge em qualquer dia. Não deixe de sorrir pra mim, nem que a pior das fases permaneça junto a nós, porque é do teu sorriso que eu obtenho minhas esperanças. E, a mais importante de todas as coisas que deves saber: jamais deixe de acreditar no meu amor, na minha dedicação a ti, em querer te fazer a pessoa mais feliz do mundo.

"Às vezes eu tenho medo quando você vai.
Às vezes eu tenho medo quando você chega em casa
Debaixo de tudo...
Acho que estou com medo, quando não há nada errado".
Cyndi Lauper - Fearless

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Desabafo

“Desde que eu não tenho você”, talvez essa seja a tua condição para o que disseste anteriormente: desde que tu não me tenhas, tudo será mais fácil para que não existam conflitos entre tu e teu coração. Ora, eu não sou nenhum empecilho! Não sou a pedra do teu sapato, teu incomodo em pessoa. Talvez eu tenha me perdido em meio há tanto tempo, tantas mudanças, e talvez eu não tenha conseguido acompanhar teu ritmo tão precoce. Ou então, quem esteve perdida esse tempo todo foi você. Mas, quem sou eu pra dizer o que é certo ou errado?! Eu apenas descobri como aceitar a diferença ao quebrar a minha cara na pior das quedas, magoando profundamente aqueles que me amavam. Uma mágoa que não pode ser apagada jamais, tampouco esquecida. Que permanece em meu peito dolorosamente. Eu errei, errei, errei, e foi errando que aprendi. Mas para aprender, eu também magoei, decepcionei, perdi. Suportei do jeito que pude, com as forças mínimas que me restavam, porque um pingo de esperança ainda vivia em mim pra que eu pudesse provar a eles que, do jeito que eu fosse, eu poderia ser o seu orgulho, a sua alegria, a sua recompensa. Essas são as “merdas da minha vida”, que tu me jogaste na cara certo dia desses. Tu já me perguntaste alguma vez qual o meu maior arrependimento? Bom. Se não sabes a resposta frente a tudo isso que te disse é porque não me conheces mesmo. Eu te permito caminhar do jeito que quiseres. Permito-te aceitar o desafio que quiseres enfrentar, da maneira como tiver que enfrentar, machucando quem quiser ou precisar machucar. Só não te transformes no monstro que eu fui um dia e permaneça pra sempre com ele intrínseco em ti. Isso não é nenhum pouco essencial para tua existência. A minha mágoa não é por ter escolhido tal caminho, mas como o conduz. Quero que entendas que terás responsabilidades amanhã ou depois, e aos olhos dos outros nem tudo é aceitável. Quero que entenda que às vezes a maneira como almejamos algo, é necessário paciência pra ser concretizada com sucesso, caso contrário, colocamos tudo a perder. Quero que saibas que nunca estarás sozinha por um segundo que seja, que eu te solto a mão agora pra voar pra onde quiseres, mas te pego no colo se caíres. Um dia entenderás tudo que disse aqui, vai olhar pro teu passado e perceber que tudo o que eu queria era te estender a mão e não bater na tua cara. Apenas saiba que eu te amo.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Aos meus amores

Sangue do meu sangue, o que eu sinto por você, não tem medida. Se acaso um dia tu estiveres a chorar, eu estarei lá. Quando chegares ao mais alto dos pódios, também estarei lá. Jamais sentirei ódio, raiva, tristeza, decepção, por qualquer coisa desagradável que fizeres. Talvez até sinta algum desses sentimentos ruins, mas é de forma momentânea e mínima possível. Aí basta passar apenas alguns minutos e o meu amor estará ali, falando mais alto que todos os outros, na mesma medida que desde quando nasceu (você e o meu amor por você). Teus primeiros passos, tua primeira palavra, as respostas dos tantos porquês que sua mentezinha inocente queria descobrir... Era eu quem estava lá. Você é algo mais que um pedaço de mim. Sei que às vezes sou insensata demais, impulsiva demais, egoísta demais. Não é que eu não queria que tu caminhe com as próprias pernas, não! Mas a vida tem um jeito engraçado de aprontar com a gente. Sabe, eu sinto que devo ser tua escolta, tua proteção permanente, teu ombro amigo, teu sol para os dias de chuva, tua “placa” pra quando não souber para onde ir. Mas, não preciso ser nada disso se tu souberes, como única certeza deste mundo, que ninguém ama você como eu a amo.

Pra ti meu outro amor, quero te dizer que eu adoro o toque dos teus lábios nos meus. Adoro teu sorriso cativante, teus olhos olhando para mim. Teu cheiro. Gosto do tom da tua voz, das palavras que dizes secretamente a mim. Eu necessito de ti para viver. E quando faltarem palavras para eu te dizer o quanto eu preciso de ti, basta apenas te olhar fundo dos olhos e você entenderá: eu não sei mais viver sem ter você comigo. Eu não sabia o quão bom é sentir-se completa, até eu encontrar você. Tu me fazes querer mais um pouco mais de tudo. Desperta o que há de melhor em mim, somente pra ti. E se tudo isso é “culpa” do nosso amor, ahhhhh meu bem, então eu espero morrer com todas as “culpas” possíveis que o nosso amor desperta.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

E o que virá, será

Queria falar dessa mutação. Dessa mudança de “eu-mais-eu” para “eu-mais-você” e que hoje estou moldada neste sentido, sem que haja, em qualquer hipótese, possibilidade de regressão: eu voltar a ser “eu-mais-eu”. Não é tão confuso quanto parece. Apenas interprete desta forma simples: já não sei viver, se não com você por perto. Não é exagerado demais, tampouco precipitado. É... apenas como estou me sentido agora. E eu me sinto bem agora. Falo “agora”, não por insinuar que meu passado não foi dos melhores ou prever que nosso futuro será desastroso. Não! Mas falo “agora”, porque eu vivo contigo exatamente nesse segundo. Sem que haja antes ou depois. Sem que algum passado influencie no agora ou o medo do futuro faça-nos sofrer por antecipação. Quero que aprenda a viver comigo assim. Quero que me ensine a viver da tua maneira também. Não tenho por que sentir medo quando estou ao teu lado, não tenho por que não usar o melhor sorriso pra demonstrar que: sim, eu estou feliz. Não tenho por que medir palavras quando vou falar de sentimentos, porque direi o que estarei sentindo, e o que sinto é por ti, apenas. E é por essas e outras que estendo a mão para alcançar a tua, agarrar bem firme até que esteja quente e suada, caminhar rumo ao que tiver de vir, e o que virá será, pois sendo contigo, nada mais importa.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Relato

Eu estava tão cansada com tudo. Desgastada, melhor dizendo. Foi tudo tão depressa. Sem nenhum aviso prévio. Como se esse tipo de coisa avisasse com antecedência quando iria acontecer: “oi, eu sou a dor e farei parte da tua vida em tantos dias”. Irônico. Sentia-me impotente frente ao acontecido. Buscava sempre fazer mais e mais, mas acabava existindo algo mais e mais a ser feito. O arame que amarrava minhas mãos estava tão apertado que eu me via sangrando cada dia mais, mas aguentava firme: por você. Ouvi o teu sofrimento dia-a-dia e em nenhum momento minhas forças eram diminuídas. A esperança transparecia em mim. E eu não acreditava na perda. Não acreditava que existiria perda para mim, porque, até então, eu nunca havia perdido nada tão significativo. Tão importante. Tão parte de mim. Foi então que você se foi. Falar da própria dor é tão complicado quando descrever-se. Acredito ter chorado minha dor há muito tempo, mesmo que ainda me vejo soluçando um choro silencioso, ao anoitecer. E até que o sono não venha, eu me auto-consolo. E hoje vivo das lembranças boas que me ofereceu, com minha imaginação fértil criando estórias que meu subconsciente desejaria incansavelmente que fossem reais. Vivo do pedaçinho de ti deixado em mim e em quem está ao meu redor. Pra sempre viva em nós, até que a nossa última lembrança se apague, aí nessa hora estarei bem ao seu lado, onde estiver. “Eu carrego as coisas que me fazem lembrar de você em memória amorosa da única que era tão real. Você era tão amável quanto você podia ser e embora você tenha ido, você continua sendo como o mundo para mim” (Alter Bridge, In Loving Memory)

(Este texto é dedicado à Santa Eloi Pires Fávero, in memoriam - 19/11/2007)

domingo, 25 de abril de 2010

Imaginar

Imagine o acaso traçando nosso caminho. Imagine o que tu estavas pensando no instante em que eu te vi pela primeira vez. Tu chegou a imaginar que estava roubando um coração naquele momento? (...) Não sei bem o que senti naquele instante, mas sei bem o que sinto cada vez que lembro a dor do tapa na cara que levei com tuas palavras, aí eu soube exatamente o que eu queria e o que eu perderia se enfraquecesse. Puta essa minha teoria, mas, o único lado bom dessa história é que eu me aproximei muito mais de ti, do jeito que eu sempre quis estar. Cruzei por cima de um medo que eu nem sei explicar, da minha própria timidez, e hoje eu sei que posso ser quem eu quiser contigo. Não tenho mais medo de nada. Posso sentir o teu cheiro tão próximo a mim agora e sinto tua falta mesmo sabendo que em alguns instantes estaremos juntos outra vez. Já te disse o quão feliz você me faz? Não consigo imaginar quanto tempo ainda passaremos juntos, mas não suportaria nem ao menos imaginar como seria minha vida se não estivesses comigo agora, ao meu lado. Eu adoro o jeito que você me abraça, eu adoro o jeito que respira aos meus ouvidos. Eu adoro o gosto do teu beijo e adoro sentir o que ele provoca em mim. "Ela pode ser o rosto que eu não consigo esquecer, o caminho para o prazer ou para o desgosto. Pode ser meu tesouro ou o preço que eu tenho que pagar. Ela pode ser a música de verão. Pode ser o frio que o outono traz. Pode ser cem coisas diferentes em um dia".

sábado, 17 de abril de 2010

Desenhe

Este teu giz colorido já não funciona mais: meus traços permanecem pretos e brancos? Ou tu não me colores mais como queres ou não funciono mais como um quadro receptor para o teu giz. Não quero mais tua cor? Não queres mais a tua cor em mim? Desenha em mim o que quiseres. Cicatriza em minha pele o que desejas ver em mim. Sombreie de preto quando achares que as coisas andam como nuvens negras. Borre quando achares que estava errado e tentou consertar, mas assim como quando amassamos um papel e depois tentamos torná-lo como no princípio, não conseguiremos desfazer os traços deixados, talvez para sempre. Quando as coisas que dizes refletem em um sorriso meu, desenha o que há de mais colorido no maior espaço que conseguires, pois é isso que eu pretendo mostrar a eles: o que há de melhor em mim cultivado por ti (também). Cante aos meus ouvidos, seja a música que for ao tom suave da tua voz, sempre será a melhor das músicas. E desse jeito eu me dôo a você, da forma mais natural, do jeito mais sincero e inocente.

"Eu espero o anoitecer como quem esperasse o que há de mais importante pra si. Eu espero que as horas sigam o compasso das batidas do meu coração, mas ao inverso: quando estiver acelerado demais, que as horas se arrastem. Quando estiverem calmas, ao normal, que as horas passem voando".

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Imprudência

Aquela vontade irresistível de largar tudo pro alto e fazer de qualquer jeito. Imprudentemente. Doa a quem doer. Mas doerá em mim! É complicado manter a razão, quando no fundo eu não quero isso. Na verdade, eu não queria sentir isso. Eu estou tentando fazer valer a pena, fazer com que um sentimento real se reproduza dentro de mim, mais forte que esse que eu cultivo. Você pode entender isso? Pode considerar o que eu sinto? Eu não quero caminhar do avesso, mas também não quero me obrigar a isso, vingativamente, por tentar, tentar, tentar, e você não se esforçar nem um pouco. Eu não quero que digas que pra ti tanto faz se não existe assunto, se tudo o que acontece é apenas uma questão de tempo e que amanhã ou depois o rumo certo irá surgir. Não quero que ancore e assim fique. Não quero ser a única a perceber isso. Eu quero que insista na gente, em mim. Que me cobre às coisas e não aceite da forma que são. Quero que anseie por mais. Assim como eu espero estar fazendo com você. Combinado assim? A gente tenta pela gente, porque ninguém tentará por nós. E amanhã saberemos se nos amamos de verdade, ou foi mais uma atração.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Tempo perdido

Com tanta coisa pra pensar, pra solucionar, escolher, me deparei com um pensamento que estremeceu meus ossos. Em uma abrupta fração de segundos meu coração parou, tão intensamente, devido à dor que este pensamento me provocou. Esse segundo deixado pra trás nesse exato momento. Esse tempo passado, irreversivelmente, nunca, jamais poderá ser recuperado. E a gente caminha junto àqueles que a gente ama, em direção do fim. É uma contagem regressiva para a morte, para a perda, pra mais temida das dores: o desconhecido. Como iremos terminar? Parar, do nada, e refletir sobre o depois (seja ele distante ou o mais próximo), refletir sobre como será quando perderemos aqueles que mais amamos? Eu irei enlouquecer? Desesperadamente chorar e querer morrer? Irei aceitar? As únicas certezas que tenho, frente a esse pensamento, são: primeiro, a dor será inevitável. E, segundo, eu irei morrer um dia, e toda a dor que a perda de quem eu amo eu senti, alguém sentirá por mim também. Às vezes eu fico pensando em todas as coisas que eu gostaria de ter feito e que agora já é tarde demais: aprender a dançar ballet, prevenir uma doença através de hábitos saudáveis, extrapolar a liberdade que temos quando somos crianças, aproveitar o máximo as aulas do ensino médio que quando estivermos na faculdade algumas delas farão muita falta, correr, andar de bicicleta, falar palavrões, se meter em brigas, agarrar um amor platônico (...) Tem certas coisas na vida que existe um tempo exato para fazermos. Depois que ele passa, não há como voltar e recuperar o tempo perdido. “Todos os dias quando acordo, não tenho mais o tempo que passou. Mas tenho muito tempo. Temos todo o tempo do mundo? Todos os dias antes de dormir, lembro e esqueço como foi o dia. Não temos tempo a perder”.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Noite

A noite me parece mais fria que o normal, hoje. Talvez tenha caído abruptamente a temperatura do meu corpo no instante que soube que não mais sentiria o gosto dos teus lábios nos meus. Não nos veríamos mais. Foi um dia diferente dos outros. Cansativo, entediante, obscuro. Nada construtivo. Passei por cada hora observando atentamente o rastejar dos ponteiros do relógio até a hora que eu te encontraria. Saberia que toda aquela angústia que me corroia por dentro dissolveria no instante que eu veria teu rosto. Não haveria nada mais dentro de mim. A não ser o desejo gritante, inflável, perverso e insano por ti. Mas, tu não estarias lá, a me olhar. Não estaria esperando por mim. A noite tornava-se mais fria por não estar por perto. Os ponteiros do relógio voltariam a rastejar como nesta tarde junto com o retorno da minha angústia sufocante. Eu teria outra noite entediante, ao lado de um bom livro e um cobertor, e esperaria pacientemente para que pegasse no sono. Isso se a ansiedade que se misturava à minha angustia me deixasse dormir. Por mais que não a visse hoje, meu coração pulsava antecipadamente por amanhã. Apenas essa noite seria fria demais. Amanhã, o aconchego do teu abraço e o calor irradiado do teu beijo me aqueceria outra vez. E eu voltaria a manter meus pés no chão.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Expressão

“Quando tarda quem amo, meu coração fica exposto e aberto”.
Não sei absolutamente quantos dias compus minha vida sem nenhum amor. Mas sei que depois do primeiro, instintivamente não conseguirei evitar o segundo, o terceiro. Nosso corpo clama por mais, mais e mais. Talvez não fosse amor, mas algum sentimento indecifrável e estupidamente inflável compusera meu coração. Eu ouvi calada alguma coisa, em qualquer tempo. Algumas coisas sobre amor, outras sobre a dor. Enfim, dá no mesmo, não é? Mas falei para quem precisasse ouvir - minhas coisas sobre amor e dor. Escrevi, melhor dizendo. Não percebeste, mas além dos meus lábios expressando meus dizeres, meu corpo falava também. Numa batida mais abrupta do coração quando dizia algo reprimido há tempos ou num olhar desviado, para não admitir que a coragem que eu tinha para encarar teus olhos, mais uma vez, havia se decomposto. Nossos jeitos são singulares. Talvez se entrelacem de alguma forma, talvez não. Tanto faz. Às vezes sentimos como se caminhássemos desencontrados. E acredito que esse seja o ponto chave. Caminhamos pelo mesmo lado inúmeras vezes e sempre acabamos juntos no final. E daqui pra adiante eu já não sei escrever mais. Por que nosso tempo continua daqui pra frente. Sabe-se Deus se caminharemos mais vezes ao desencontro ou se, definitivamente, vamos nos abraçar e segurar com toda força o que vier para nós. Como nômades, sem destino e paradeiro. Como cegos no dia mais claro da semana, ainda assim enxergam o escuro.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Sem resposta

Sempre acordo ao sonhar; Choro sem motivos; Canto de alegria; Às vezes falo por falar; E quando realmente preciso dizer algo, normalmente gaguejo; Nem sempre minhas vontades são saciadas; Meus sorrisos nem sempre são de felicidade; Assim como meus choros nem sempre são de tristezas; Poucas vitórias eu alcancei, mas são vitórias graciosas; Meus medos são medos comuns; Minhas vontades vêm do nada; Muitas vezes minto pra mim mesma só para não perder as esperanças; Quero coisas que nunca tive; Quero me desfazer de coisas que nunca sairam de dentro de mim; Posso ser ingênua, imatura, infantil, inocente, ignorante (...) e todas as coisas que qualquer ser humano possa estar à margem de um dia ser também; Sei quando devo seguir, e sei quando devo recuar; E quando não sei, aprendo com as conseqüências; Tantas vezes já tive raiva de tudo; Tantas vezes me arrependi por não ter abraçado tudo; Eu gostaria de saber se, pra ti que faz parte da minha vida, como seria sua vida sem mim? E se você NÃO fizesse parte dela, faria diferença alguma? Tanto faz qual a pergunta você se encaixe, mas, se pensar bem, nunca saberá responder.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Reciprocidade

Uma definição para o que eu penso existir entre a gente: apatia. Ausência de afeto e paixão. Concordas? Não quero desprezar os dias que passamos juntos, tão pouco menosprezar ambas as atribuições de afeto. Não quero definir, absolutamente, o que ocorre entre a gente. Mas não quero, também, não expressar como me sinto. Essa sua negatividade, inexpressão para o que acontece me atormenta. E muito. Delira-me em múltiplos pensamentos, alguns um tanto inconseqüentes, mas que só eu sofrerei com isso. Sofrimento opcional. Eu poderia simplesmente mandar tudo isso pro espaço e aproveitar minha vida monótona que eu tinha antes de te conhecer. Mas confesso, abertamente, eu não quero isso. Não. Não pra mim. E outra: incomoda-me essa sua mania de querer deixar as coisas subentendidas, usar palavras diretas e monossilábicas para responder os textos que te mando, as súplicas indiretas que eu expresso um “continue a falar comigo”, os assuntos absurdos que eu me esforço para não deixar o contato acabar, deixando escapar por entre os dedos a chance que eu tinha de poder mostrar a ti quem eu sou... Não me revolto nem um pouco se me disseres “não quero mais”. Entretanto, me emputeceria ferozmente se me enrolasse, me esnobasse como se fosse um qualquer que tu encontrou na esquina, brincou e jogou fora quando não serviu pra mais nada. Eu sei. Putas essas minhas palavras que soam como reclamações amargas e agressivas. Mas comigo é assim: ou demonstra duma vez que me quer ou me deixa sozinha com minha solidão inofensiva.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Absurdo

Odeio indiscutivelmente quando sigo por entre essas linhas intercaladas e invisíveis a outros olhos. Emendam-se por pontes segurando umas às outras fortemente. São remendos. Remendos passados feitos em momentos semelhantes ao presente. E esse é o meu erro. Não deveria remendar o que foi arrebentado, mas deveria construir algo novo em seu lugar. Assim não sofreria por saber que tal remendo está prestes a arrebentar a qualquer momento, deixando visível tais mágoas, tais arrependimentos, tais decepções. Do contrário, se construísse algo novo em seu lugar, talvez eu fosse segura demais para tornar a arrebentá-lo e saberia exatamente como deveria prosseguir. Talvez em minhas mãos esteja a chance de reviver todos os espaços desabitados em meu coração. Imagino-me em um corredor extenso de inúmeras portas, à direita, à esquerda, e que você não tem uma puta luz em mente pra saber o que fazer. Em tua mente milhões de escolhas a te atormentar. A teu lado, outros milhões de pessoas a te persuadir. Eu realmente não aceitaria um caminho fácil em minha vida. Gosto de correr riscos. Mas acho que está na minha hora. Na minha hora de mandar esse filho da mãe desse medo que me corrói a puta que o pariu, e aprender a voar para longe, para os males alheios, excitantes, gostosos de serem sentidos e que eu, como qualquer outra pessoa, tenho adoração em sentir também. E que esses remendos aos quais citei antes, arrebentem-se. Estou forte demais agora para me deixar levar por apenas isso. Que absurdo.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Desvendar

Sabe, talvez fosse como se estivesse infringindo alguma regra. Na tentativa de tentar desvendar o que você enxerga talvez o correto não fosse manter os pés no chão. Poderíamos voar ao desconhecido, se me permitisse isso, caminhar por entre as pedras soltas, embaladas ao nosso peso sem medo de cair, pois eu sei que estará bem ao meu lado pra me estender a mão. Nossos passos calados lado a lado incomodam a nós dois. O som dos passos rastejando, implorando para que o silêncio seja quebrado por alguma palavra qualquer. O pulsar do meu coração acelerado que eu te juro, se estivéssemos a sós, você poderia ouvi-lo bater, sem compasso algum. Então eu me oponho a qualquer sentimento de resistência, e permito-me caminhar ao lado teu. Sem aquele medo visível de estar no caminho errado, cegamente, que sempre me persegue, mas com a adrenalina acionando meus movimentos e pulsando meu coração forte, forte, cada vez mais forte, para agir em busca do que o meu desejo grita mais alto: desvendar você.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Receio

Rodeada de imperfeições, eu temo. Temo ser acrescentada por essências negativas, dessas que destroem a alma. Tão belas na sua imperfeição que te seduzem até você fazer parte desta imperfeição também. Sem perceber, você é agarrado pela mão. Mergulha em um caminho escuro. Você não sabe que faz parte disso, até você sentir na pele. Até você estar fazendo o mesmo. Já não consigo não ver a maldade nas coisas. Já não consigo não temer as pessoas que se aproximam. São várias faces em um único semblante. E como aceitar quando existe alguém ao seu lado por tempos e se revela ser completamente diferente de quem você imaginava ser? Ah, o ser humano. Perdeu sua essência, perdeu seus valores. E quando eu digo que “não fazem mais amigos como antigamente”, passo por insana. Prefiro ser julgada insana, expondo o que sinto em meu coração dilacerado a ser mais um a ter várias faces.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Palavras

Não sei, exatamente, o que assombra teu coração. Jogo limpo ao especular terceiros e tentar desvendar seu sorriso misterioso e tuas poucas palavras, às vezes vazias demais para dizer algo concreto. Essa minha mania boba de deixar que estranhos tomem conta de mim, me aborrece. Não são estranhos, melhor dizendo. Trata-se de ti. Mesmo assim me aborrece porque eu não sei absolutamente nada sobre você. Te desvendo aos poucos nos míseros segundos de palavras trocadas que desfrutamos juntos. Confesso, então, que me sinto incomodada com alguma delas, estas aos quais me dizem tudo e nada. Com significados múltiplos que entretem meus pensamentos, com ilusões, sarcasmos, esperanças. E eu busco nelas o significado deste teu presente, misterioso pra mim. Pra mim que nunca fiz parte da tua vida, até então. Mas são só palavras, não são?

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Interesse

Dois passos ao teu lado em um curto trajeto e aqui estou eu de novo pra falar sobre ti. Este teu interesse desinteressado pela minha pessoa que me agride de uma forma irracional, não me convence de nada. Só me faz criar coisas sem sentido. Reflito sobre cada um dos teus dizeres que soam mais como desculpas, como se quisesses, em outras palavras, dizer "não, muito obrigada". E então indago, querendo tentar programar uma nova atitude que não soe como um insulto. Algo muito forte em mim me prende em você, na expectativa de descobrir o que se passa no teu pensamento. Se em algum fio de tempo ousou pensar em meu nome. Isso é neurótico demais, já que eu não te conheço. É uma obscessão psicopata que só vai terminar quando eu realmente descobrir o que eu preciso, sobre mim. Ou então, ouvir da sua boca o "não" indesejado. E enquanto esse caminho e o tempo se entrelaçam com a gente, eu vivo na oscilação: movimento periódico em que o móvel descreve a trajetória ora num, ora noutro sentido, como é o caso do pêndulo afastado de sua posição de equilíbrio estável e abandonado.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Descrição

E meu medo é mergulhar fundo nisso. Sem ao menos olhar para os lados e perceber se há algum sinal. Mergulhar nessas profundezas onde o oxigênio é escasso e a pressão te aperta demais o peito. Você sente-se sufocado, mas ao mesmo tempo isso tudo é fascinante. Vicia. Pra mim e pra você. Aquele nosso beijo ardido, que arrepia e se intensifica a cada instante que mantemos nossos lábios unidos pelo calor do nosso corpo que se espalha, atinge o coração como uma chama de fogo, fazendo-o pulsar sem ritmo, desgovernado como se você possuísse todas as sensações ao mesmo tempo. Ele ainda explodirá assim. Eu quero sentir outra vez o olhar fundo dos teus olhos, ouvir o tom suave e afinado da tua voz que parece uma melodia aos meus ouvidos, sentir o cheiro da tua pele perto de mim, esse contato delicioso que eu não consigo descrever. Tocar sua pele macia e contornar teu rosto com meus dedos, como estivesse te desenhando só pra mim. Mas eu gostaria de conseguir caminhar em paz, sem derramar lágrimas sofridas ou começar a congelar meu coração, caso eu descobrisse que não existirá mais nada entre nós.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

A real

(...)
É muito tempo, e são apenas letras.
É muita saudade, pra um pedaço de papel.
É nada de poesia, pra uma vida toda.
É um sinal de alegria, aos que nos dão as costas.
É um bosque virgem, perto de suas flores compradas...
É uma verdade dita, a frente de boatos manjados.
É dois amores, e não um só.
Não SÃO amores, pois não se pode repartir.
Não se deve separar.
É a marca de nascença, no pescoço de uma criança de rua.
É uma obra de arte, e não apenas uma gravura.
A desgraça do significado que só faz sentido, a quem o sente...