segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Meu pulsar (quase) enferrujado

Sinto meu coração enferrujado. Ás vezes parece ter conserto. Mas às vezes não. Ou melhor, a maior parte das vezes. Penso, porém, que talvez seja apenas uma questão de... tempo. Mas e se esse tempo pra mim for curto demais? A espera não seria suficiente. Talvez eu seja exigente demais. Ou orgulhosa. Depende pra quem. Depende por quem. Um coração que bate é um coração que funciona. Mesmo que em meio a inúmeros machucados, alguns ainda a sangrar. Eu gosto de me sentir assim. Sentir que amanhã ou depois haverá alguém que me roube o sorriso e me dê em troca uma gargalhada. Entretanto, isso às vezes cansa. O meu querer é imediato. Tenho medo, pois, de estar dando tempo demais ao tempo e me transformando em um ser difícil de querer por perto. Não consigo já não deixar transparecer. Eu escolho as melhores palavras pra tudo, mas o brilho fraco em meus olhos parece me entregar: há algo faltando em mim. Meu coração precisa mudar o ritmo. Não quero que se acostume assim. Está lento demais. Calmo demais. Gosto de sentir suas batidas pulsarem dentro do peito, como se fossem inflar e explodir. Gosto, ainda mais, das batidas que parecem fazer ele subir à garganta e querer sair boca a fora. Gosto de entregar a alguém, sem medo de me devolverem. Se não conseguir fazê-lo funcionar como deveria, aí então ele estará enferrujado demais para ser consertado.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Bom - Ruim, mas sempre aqui.

“Gaste todo o seu tempo esperando por aquela segunda chance, por uma mudança que resolveria tudo. Sempre há um motivo para não se sentir bom o bastante e é difícil no fim do dia. Eu preciso de alguma distração. Oh, perfeita liberação. A lembrança vaza de minhas veias... Deixe-me vazia e sem peso. E talvez eu encontre alguma paz esta noite”. (Angel, S.M.)

Às vezes a vida sorri pra gente quando menos esperamos. E, se você observar bem, nos mínimos detalhes está os culpados por seu sorriso. Pode ser por uma palavra amiga na hora certa, um abraço inesperado, um perfume gostoso, que você não sabe quem está usando, entrando por suas narinas e, inexplicavelmente, te faz sentir prazer. O vento, que você não enxerga, mas quando bate em seu rosto você sabe que ele está lá, frio, gostoso. A música soando aos seus ouvidos, tão delicada quanto veludo.

Aí vem a dor. A hora triste da vida. Porque a vida não é triste por completa, mas possui algumas horas. Você caminha por uma rua escura e fria. Não parece terminar. Você não tem com o que se aquecer, apenas o correr do sangue em suas veias que parece lento. Lento, assim como seus passos. Não há beleza nas flores, nem mais você sente se o vento está frio ou úmido. Você grita um som silencioso pedindo para se apossar de uma alma qualquer além da sua, para que a sua não se sinta tão sozinha. Tão vazia. É aquela parte. Aquele capítulo macabro que temos que passar. E você se faz as mesmas perguntas (sempre). “Por quê?”; “Quando vai acabar?”; “Será que irei sobreviver?”. E depois ele se vai, depois do tempo. Sua segunda chance de recomeçar.

(...) “o fluxo tão forte faz o pulsar ainda mais. Seu corpo aquece gradativamete. Suas mãos suadas, trêmulas. Instintivamente o ar entra em seus pulmões, em sua ofegante respiração. Parecia tensa. Incomodada. Não queira falar, tampouco estar ali. Inventava qualquer desculpa para sair dali, dizendo frases sem sentidos, desengasgando coisas quaisquer para, apenas, escapar daquele sofrimento. Daquela dor. Ou melhor: escapar do motivo que a fazia sofrer”.

____

Carol, não saberia como retribuir a altura por tuas palavras no último texto. Saiba que mexeram comigo, me fizeram refletir não só sobre o amor, mas sobre quem sou eu, de fato. Ainda não organizei minhas idéias, meus sentimentos, instintos e emoções. Mas saiba que tenho em quem me espelhar: você. E chegarei lá. Portanto, te dedico este post e saiba que eu estarei aonde você for, segurando sua mão , ao lado da sua alma em pensamento, e se for preciso, caminho descalço nas brasas de fogo te carregando em meu colo para que não sinta dor. Eu amo você. ♥

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Um pouco

"E para você eu mantenho minhas pernas separadas
E esqueço isso pelo meu coração contaminado
E eu nunca vou ser a primeira
a dizer que ainda está acabado.
Eu deveria fazer isso:
Apertar o botão
Puxar o gatilho
Sobre uma montanha, pular de um precipício
Porque você sabe, baby, eu te amo amo você
Um pouco".

Cenas e mais cenas. Eu não sei o quê, exatamente, acontece com a gente depois de ver algo que não gostamos. Parece que nosso cérebro (ou coração?) sente necessidade de repetir tal cena inúmeras vezes, nas frações de segundos em que você está só e perde o rumo dos seus pensamentos. E são cenas reais misturadas com o seu imaginário. Aí você já não sabe decifrar até que ponto tudo aquilo foi real.

Algumas músicas acalmam minha alma. Estou sem inspiração hoje. Não consigo, de uns tempos pra cá, organizar o que eu preciso expor. Tampouco o que eu sinto. Ou seria o inverso, pois um é conseqüência do outro? Eu odeio essa minha covardia de me fechar.

Esses filmes/livros românticos abalam minha estrutura sentimental, essa é a verdade. Ainda mais quando se trata de amores platônicos, meu eterno carma. Ah, não ria. Certas pessoas buscam psicólogos, psiquiátricas, terapia de casal, um amigo conselheiro. Eu só tento encontrar respostas nos livros (que depois viram filmes).


Tenho um humor espontâneo. Gosto de coisas simples, às vezes até demais. Gostaria de alguém parecido comigo ao meu lado. Mas acho que preferiria alguém exatamente o oposto de mim. Pessoas "opostas" se aproximam por natureza, se acrescentam por natureza, e, deveriam aprender a conviver juntas, por natureza.

Eu falo de um pouco de tudo e nada.

"Foi então que me virei. Seu olhos não olhavam para mim. Sua face não tocava a minha. Suas mãos tocavam o rosto dele e em segundos parecendo a eternidade eu a vi se aproximar. Meus olhos se fecharam instintivamente. Abaixei a cabeça e me virei, com um sorriso tímido nos lábios, querendo disfarçar o buraco no peito que acabara de abrir. Já não ouvia que música tocava, as vozes pareciam todas iguais, juntas aos meus ouvidos. Afastei-me. Já não conseguia disfarçar a tristeza em meu olhar, já não conseguia disfarçar a frieza. E esta, você percebeu bem. Eu me conformo com o fato de eu não ser pra você. Eu mereço muito mais que seu sorriso misterioso, cativante. Aprenda a me olhar nos olhos quando eu for falar. Eu falo através deles. E aprenda se afastar quando eu estiver longe demais. Tenha certeza que não será fácil lutar contra meus desejos, receios. E você sabe o que significa ser 'tarde demais'".

Sorte de hoje: A mudança é a lei da vida.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Uma coisa (sempre) puxa outra

E eu ainda tenho aquelas frases soltas nas páginas amareladas pelo tempo. Já nem descrevo isso como saudade, muito menos um amor que um dia senti por ti, por um alguém qualquer, talvez.. Mas não entendo porque ainda penso... Essas recordações estão presas na minha memória como algo que ameaçou, mas não chegou a ser. Eu olhava para você fixamente. Meus olhos contornavam sua face como se desenhassem você exatamente do jeito que eu gostaria que fosse. Eu traçava cada linha com meus olhos. Ouvia sua respiração tão lenta que sentia seu coração batendo no mesmo compasso do meu. Amores vêm e vão. E os que vão, sempre ficarão vivos em você. Ao som da melodia que um dia dissemos ser a nossa, cujo ao som juramos estarmos juntos ligados pelo sentimento (...). Eu escolhi esse final. E planejo tantos outros finais quanto são as pessoas para eles. E isso continua sempre assim: pessoas vêm e vão, assim como os amores. Tiram-te o chão, tornam-te insana por algumas horas, roubam-te histórias e te acrescentam outras mais. Depois somem. Desaparecem e te deixam apenas as recordações. E nada mais. E isso acontece toda hora, todo dia, com todas as pessoas. Aí quando for tua última hora de vida, junte todas suas recordações e lembre-as com cada detalhe. Sinta seu coração pulsar tão forte ao reviver cada sentimento preso nestas recordações. Aprenderás, então, porque fazemos parte de uma vida mutável. Com altos e baixos, sentimentos inúmeros, vontades insaciáveis, desejos ocultos, gritos de desabafo, pensamentos soltos, pessoas, pessoas e pessoas. Saiba viver o seu agora, absorvendo as coisas que te fazem bem. Esqueças o amanhã. O amanhã não existirá para ti. Viva recordando os momentos bons do passado e traga cada um deles em teu sorriso. A vida é muito curta para não ser vivida ao extremo. Descubra teus limites. Descubra até onde você poderá chegar.
"Quem sabe o que é sofrer, já sabe o que é o amor; quem sabe o que é sonhar, já sabe o que é feliz".

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Sobre dores

Parece um tanto cômico falar que, com apenas três letras, ela seja capaz de tanto estrago. E não há nenhum ser capaz de não senti-la. Está presente a todo momento. Às vezes, tão intensa, que ela própria adormece, e não sentimos mais nada, agindo como um antídoto de si mesma. Eu não falo somente sobre a perda ou do machucado físico. Falo, também, da psicológica, do arrependimento, da culpa, das palavras que não foram ditas que se transformam em silêncio. A da verdade às vezes é a mais dura, mas a mais profunda e sofrida ainda é a da mentira. O pior de todos os sentimentos é quando a possuímos há um tempo longo, não por gostar e querer cultivá-la, é por não saber como saciá-la, como não senti-la, como abster-se dela. E mais irônico ainda, é falar sobre as pessoas que adoram senti-la: masoquistas. Eu não entendo. De todos os sentimentos mais angustiantes, esse ainda é o mais maldoso e traiçoeiro por trazer junto dele sentimentos terceiros, que nos aflita ainda mais. Absorve todas as nossas forças. Suga-nos da cabeça aos pés. Faz-nos parecer com 70 anos, possuindo apenas 20. Torna-nos piores do que já estamos. Não falo dos defeitos existentes, das reclamações da vida que possuímos, do que os outros enxergam na gente que jamais percebemos. Eu falo de dor. Dor sentida e vivida. Dor ardida e intensa, quando se perde quem mais amamos, quando sofremos por não ter dito o que precisávamos. Dor por saber que é tarde demais, dor em saber que não há como voltar para consertar, dor em saber que não há nada possível a ser feito, dor em saber que não está em nossas mãos a cura em não sentir dor. Dor em magoar a outra pessoa, com ou sem intenção. É contagiante quando convivemos com alguém que sente dor, passamos a sentir dor também. Por mais forte que você seja. E aqueles que sofrem por antecipação, sabendo que amanhã ou depois algo ruim vai vir a acontecer, e saber que não se pode ser evitado, pois certas coisas na vida são inevitáveis. Aprendemos a conviver com a dor, e quando não aprendemos, perdemos a coragem pela vida, e nos entregamos ao abismo. Solidão, dor, sofrimento, não são deveres de ninguém, mas são necessários e essenciais em alguns passos que damos na caminhada da vida, em busca da paz, felicidade e equilíbrio entre mente e espírito.